Em entrevista ao Diário do Nordeste na última quarta-feira (8), o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), deu um sinal de que trabalha pela reeleição. Ele disse ficar “honrado”, caso o PDT o escolha para a disputa de 2024, embora veja que essa condição não é “obrigatória”. A despeito dos aspectos de gestão, Sarto, evidentemente, trabalha para se viabilizar candidato.
Desde o fim do ano passado, na preparação para o penúltimo ano de sua gestão, o prefeito começou a dar os sinais de que iria buscar dar uma guinada na gestão para viabilizar sua reeleição.
Além de realizar uma grande festa de Réveillon, Sarto fez mudanças na sua representação na Câmara Municipal e promoveu uma reforma administrativa trocando secretários de pastas e substituindo alguns de áreas estratégicas como a Saúde.
Recentemente, lançou uma ofensiva em Brasília, em busca de recursos para a Prefeitura, visitando, inclusive, adversários políticos locais no Congresso Nacional. Nesta semana, em reunião de secretariado, amplamente divulgada, lançou um pacote de obras para os próximos meses e têm orientado os vereadores da base aliada a entrarem mais forte na defesa da gestão.
Não há argumento para dizer que o prefeito não quer ser candidato. Se ele vai se viabilizar e ter apoio político para ser competitivo nas urnas é outra questão.
Questões a serem resolvidas
Além de acelerar projetos e políticas públicas na gestão, Sarto precisa olhar para questões bastante peculiares e sem as quais terá muitas dificuldades em 2024.
A primeira delas é a situação interna do PDT. Após o rompimento com o PT no pleito estadual de 2022, o partido ao qual está filiado encontra-se rachado. Boa parte apoia a gestão de Elmano de Freitas, ocupando, inclusive, cargos de destaque como secretarias, presidência da Assembleia e liderança do governo na Assembleia.
Outra parte, comandada pelo ex-prefeito Roberto Cláudio - aliado de primeira hora do prefeito – mostra o interesse de fazer oposição ao governo do Estado. Roberto tem sido incisivo na crítica ao governador desde o começo do ano e a sinalização é que seguirá desta maneira.
Esse embate é preciso ser observado com cautela por Sarto. Por um lado, é bom para ele ter um aliado que se fortaleça na oposição. Por outro, o governo do Estado é um forte parceiro da Prefeitura de Fortaleza para entrega de equipamentos e serviços.
Não há, até o momento, qualquer sinalização de que PT e PDT reatem relações em Fortaleza para as disputas de 2024. Com tem tempo pela frente, devemos observar os movimentos.
Movimentos de oposição
Além disso, o rompimento entre as duas siglas criou um clima que demanda ainda mais habilidade para atrair partidos e lideranças na Capital. Sob comando de Elmano e Camilo, o PT – que já é oposição a Sarto na Capital – pode conseguir arregimentar mais partidos para uma possível candidatura de oposição, gerando mais dificuldades ao prefeito.
Pelo outro lado, haverá uma candidatura de direita que pode envolver aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Capitão Wagner, o candidato ao governo do Estado mais votado em Fortaleza em 2022.
A preparação até 2024 tende a ser dura.
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