No interior, prefeitos denunciam falência de municípios; caos exige providência a órgãos de controle

Araripe, Acopiara e Iguatu, segundo os novos gestores, enfrentam situação caótica nas contas públicas; antecessores precisam ser responsabilizados

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(Atualizado às 11:11)
Legenda: Prefeitos tomam posse com uma bomba fiscal nas mãos
Foto: Montagem

O ano de 2025 começa com dor de cabeça novas gestões municipais no Ceará. Em pelo menos três cidades, os prefeitos eleitos assumiram os cargos denunciando a falência das prefeituras e herdando dívidas volumosas de administrações anteriores. Os casos de Araripe, Acopiara e Iguatu evidenciam um cenário de desorganização fiscal, impactando diretamente serviços essenciais à população e desafiam as autoridades fiscalizadoras. 

No pequeno município de Araripe, no Cariri, o prefeito José Paulino Ferreira (PT), conhecido como Zé Gordinho, revela que a dívida municipal ultrapassa R$ 8 milhões, sendo R$ 5 milhões apenas na área da saúde. Entre os principais problemas encontrados estão ambulâncias sucateadas, falta de transporte escolar adequado e deficiências graves na educação e assistência social. "A situação é grave, especialmente na saúde", destacou o gestor, que decretou situação de emergência. 

O cenário em Acopiara também é crítico. O prefeito Dr. Vilmar (PSB) iniciou seu mandato com um problema alarmante: o hospital municipal estava sem energia elétrica por falta de pagamento, com os geradores inoperantes. A situação compromete o funcionamento da unidade, que não dispõe de ar-condicionado suficiente e enfrenta escassez de insumos básicos. "O município está falido", afirmou o gestor, em vídeo divulgado nas redes sociais. 

Contas bloqueadas 

Em Iguatu, o prefeito Roberto Costa Filho (PSDB) enfrenta dificuldades semelhantes. A cidade está com as contas bloqueadas devido a dívidas com precatórios, além de enfrentar atrasos no pagamento de salários dos servidores municipais. "Assumimos um município em situação calamitosa. As contas estão travadas e os servidores sem receber", declarou o prefeito, que está tendo que negociar em várias frentes. 

Responsabilidade fiscal 

A situação nas três cidades levanta questionamentos sobre a responsabilidade fiscal das gestões anteriores e reforça a necessidade de maior transparência na transição de governo.

A situação caótica também convoca órgãos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado a se apresentarem para dar informações sobre a situação e responsabilizar quem de direito.