Negociação nacional entre PDT e PSB deve ter impacto na sucessão em Fortaleza

Aliados do governo Lula, as duas legendas estão rompidas no Ceará e podem ter protagonistas em 2024

Legenda: Carlos Lupi (ao centro) e Carlos Siqueira (à direita) lideram partidos que estão na base aliada do governo Lula, mas que estão rompidos no Ceará
Foto: Reprodução/Redes sociais

Em meio aos conflitos internos no PDT do Ceará, que incluem até batalha judicial, uma informação surgida nesta semana em Brasília gerou mais especulações nos bastidores da política cearense, sobretudo na sucessão de Fortaleza: uma reunião entre o presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Os dois partidos ensaiam, há algum tempo, uma parceria nacional para as eleições, mas as tratativas nunca avançaram significativamente. Na última semana, contudo, o encontro entre os dirigentes nacionais parece ter proporcionado avanço nas conversas. Fala-se até em estabelecer uma federação.

Juntos, os dois partidos têm 31 deputados federais na Câmara, um quantitativo que, se agregado, fortalece ambas as legendas nas negociações internas no Congresso Nacional e frente ao governo federal.

Esta coluna apurou que os diálogos ainda estão em estágio inicial, alguns líderes no Ceará, inclusive, estão céticos em relação à federação. No entanto, caso a parceria venha a se concretizar, ela poderá influenciar diretamente o cenário eleitoral de Fortaleza para 2024.

Nacionalmente, PDT e PSB situam-se no mesmo espectro político, o da centro-esquerda. Em muitos estados, os dois partidos reciprocamente apoiam-se, mas no Ceará, há uma peculiaridade. Em 2022, durante as tratativas para a formação da chapa que disputaria o governo do estado, PDT e PSB acabaram rompendo.

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Os pedetistas lançaram candidatura própria, enquanto os socialistas apoiaram Elmano de Freitas (PT). Desde o ano passado, as divergências entre ambos só cresceram.

Considerando o atual cenário local, é provável que PDT e PSB estejam em lados opostos na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, a menos que ocorra uma significativa mudança política nos próximos seis meses.

O PDT, segundo declarações de suas atuais lideranças, visa à reeleição de José Sarto, apesar das divergências internas. O PSB, por sua vez, deverá integrar a chapa apoiada pelo grupo político liderado por Elmano e Camilo Santana.

Dado que o PDT enfrenta sua mais severa crise interna no Estado, é plausível considerar que, caso o grupo associado a Cid Gomes prevaleça sobre os aliados de Ciro e André Figueiredo, a chance de uma reaproximação entre as partes aumenta.

O fato é que essa possível convergência nacional pode influenciar jogadas estratégicas no cenário político, visto que o PDT conta com nomes como Sarto e Roberto Cláudio, enquanto o PSB poderia atrair o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão, o favorito dos governistas para a próxima disputa. A conferir.