Ministro rechaça comparações com Bolsonaro e promete revisão de cortes nas universidades

Camilo Santana acusou a gestão passada de "acabar com o MEC" e disse que Lula vai recompor orçamento do ensino superior

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
(Atualizado às 11:55)
Legenda: O ministro da Educação cumpre agenda com a primeira-dama em Fortaleza nesta segunda-feira (26)
Foto: Thiago Gadelha

Em entrevista ao Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, nesta segunda-feira (26), o ministro da Educação, Camilo Santana, disse estar defendendo no governo que as universidades federais não suportam o corte de verbas determinado pela equipe econômica, após a aprovação do Orçamento Geral da união pelo Congresso Nacional. Ele rechaçou comparações com o que ocorreu no governo Bolsonaro e disse que o presidente Lula reunirá os reitores nesta terça-feira (27) para “dar boas notícias”.  

A declaração do ministro ocorre num momento em que reitores e gestores de instituições em todo o país soam o alerta para a limitação de gastos que ameaça a manutenção de atividades básicas no segundo semestre deste ano. 

“O que foi aprovado no Congresso compromete o funcionamento das universidades. Tenho defendido com o presidente Lula e com a equipe econômica que as instituições não têm como suportar esse corte”, afirmou Camilo, em entrevista da qual este colunista participou. 

Durante a conversa, o ministro fez um esforço visível para contextualizar a crise orçamentária enfrentada. Repetiu que nenhum presidente “trabalhou tanto pela Educação” quanto Lula, citando como exemplo a expansão dos Institutos Federais, que saltaram de 140 para mais de 700 unidades nos últimos anos.

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Fim da restrição às universidades

Segundo ele, o governo federal vai rever a atual limitação de orçamento às universidades que podem gastar, até novembro, apenas 1/18 da verba total prevista. Essa trava fiscal virou o principal ponto de tensão com a comunidade acadêmica. 

O assunto será tema de uma reunião, em Brasília, entre Camilo, o presidente Lula e os reitores das universidades federais, no Palácio do Planalto. A expectativa é que medidas sejam anunciadas para garantir o funcionamento pleno das instituições no segundo semestre. 

Comparação com o governo Bolsonaro 

Ao comentar o cenário atual, o ministro também rechaçou qualquer tentativa de comparação com o governo anterior. Sem rodeios, acusou a gestão Bolsonaro de ter “acabado com o MEC”, citando o desmonte estrutural sofrido pela pasta nos últimos anos. 

“Mas não tem comparação (entre o que está sendo feito agora e o que foi feito com Bolsonaro). O governo passado acabou com o MEC. Impressionante. Eu sou gestor, fui governador. O que nós tivemos que fazer para reestruturar o Ministério da Educação nesses últimos 2 anos e 5 meses que estou no Ministério. Só de ministros foram cinco (na gestão passada)”, criticou. 

Camilo também destacou programas como o Pé-de-Meia, que incentiva a permanência de estudantes no ensino médio, como exemplo de políticas públicas que o atual governo está implementando para reconstruir a base educacional brasileira.