No início da segunda semana da campanha eleitoral, dia 4 de outubro, esta coluna relatou a ausência de propostas concretas por parte dos candidatos à Prefeitura de Fortaleza para apresentar ao eleitor como alternativa no sentido de resolver os principais problemas da Cidade. Até aquele momento, muito havia sido falado pelos candidatos, mas pouco de substância, quase nada de sugestões concretas. Tudo muito previsível e dentro do trivial. O tempo passou, a campanha subiu o tom, mas uma realidade está clara: a ausência de propostas detectada no início da campanha pela maioria dos postulantes era fruto do quase que total desconhecimento da máquina pública e da realidade da Capital cearense, com poucas exceções.
Sem subsídio
A maioria dos candidatos a prefeito da Capital nem sequer teve o trabalho de aprofundar minimamente os estudos sobre as principais demandas da população, sobre os gargalos urbanísticos, as causas sociais, os indicadores principais e as mudanças de rumos que consideravam importantes. Algumas candidaturas, inclusive, parecem estar postas apenas para dar algum nível de visibilidade aos titulares, dada a incapacidade de propor algo concreto para o debate de ideias. Ao todo são 11 candidaturas na Capital, incluindo a de José Loureto (PCO), esta mesma a que a quase totalidade da população desconhece - e cujo registro está indeferido, mas com recurso. Entretanto, apenas 4 ou 5 tem algum nível de competitividade. E o eleitor está bem atento a isso.
Recursos públicos
Ao agirem assim, candidatos privaram o eleitor de tomar conhecimento de propostas e deixaram de promover temas que poderiam ter chamado a atenção da sociedade e ocupado o lugar no debate eleitoral, completamente levado pelo enfrentamentos pessoal e querelas políticas. Faltou preparo à maioria dos candidatos, principalmente tendo em vista que candidaturas na Capital receberam recursos públicos para se financiar por meio do fundo eleitoral.
Pandemia
Nem mesmo a respeito da pandemia, um tema tão presente na vida das pessoas, parece ter ficado, até aqui, algo de concreto para a população. Qual a posição dos candidatos sobre, por exemplo, as propostas contra os prejuízos do sistema de educação tão afetado? E sobre as medidas concretas para a retomada da economia no ano que vem, o que ficou de propositivo? Em relação à Saúde, as críticas aos investimentos feitos pela atual gestão vieram à tona, mas ficou por aí. Pouquíssimo de concreto. O observado até aqui nos leva a crê que nada de mais será acrescentado no 1º turno.