Autoridades brasileiras dos Três Poderes da República relatam, um ano após o ato antidemocrático mais contundente contra as instituições brasileiras desde a redemocratização, que o vandalismo e a invasão contra o Congresso, o Palácio do Planalto e o STF tinham o objetivo de forçar a decretação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para conferir mais poder às Forças Armadas e convencer o Alto Comando do Exército a dar um golpe de Estado.
As declarações do presidente Lula, de ministros do governo, parlamentares de comando do Congresso e membros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos meios de comunicação nacionais - e principalmente as imagens que deixaram o Brasil perplexo - demonstram a gravidade do que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, um ano atrás.
As informações veiculadas demonstram uma falha generalizada das autoridades de segurança nacional em relação à invasão dos prédios públicos da República, mas atestam, por outro lado, que a firmeza das decisões tomadas posteriormente - como a negação da GLO, a determinação da desocupação dos acampamentos golpistas, o afastamento do governador do Distrito Federal e das autoridades da Segurança do DF, e a prisão dos envolvidos - foram fundamentais para evitar que o caos tomasse conta do país.
As investigações apontam que, com três principais prédios da República invadidos, a situação caótica levaria Lula, recém-empossado, a decretar uma GLO para conferir poderes à Polícia do Exército e restaurar a ordem no país.
O grupo de comando golpista - alguns dos quais seguem presos - esperava, com o decreto, convencer o alto comando do Exército Brasileiro a aceitar um confronto com os poderes constituídos. No entanto, o plano não funcionou porque não houve um decreto de GLO, mas sim de intervenção na segurança pública do Distrito Federal.
No documentário publicado no canal GloboNews sobre o 8 de janeiro, os ministros Flávio Dino e José Múcio Monteiro, da Justiça e da Defesa, respectivamente, afirmam que a situação não piorou porque a maioria do alto comando do Exército não concordava com um cenário de ruptura institucional.
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