Evandro aposta em recicláveis, parcerias e créditos de carbono para financiar a coleta sem a taxa do lixo
Projeto já está com os vereadores e deve ser votado ainda nesta semana em sessões extraordinárias da Câmara Municipal
Diante do cenário de um orçamento já sem recursos oriundos da taxa do lixo, que deve ser extinta pela Câmara Municipal de Fortaleza nos próximos dias, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), aponta uma série de fontes para financiar a coleta e o descarte de resídos sólidos. No projeto de lei, que é do conhecimento dos vereadores, o Município propõe o fim da Taxa do Serviço Público de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (TMRSU). A medida, se aprovada, entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2025 e pode aliviar o peso tributário sobre os fortalezenses, sem comprometer a continuidade dos serviços de coleta e destinação do lixo na Capital.
O texto do projeto, que já está de posse dos vereadores, após convocação extraordinária feita pelo presidente Léo Couto, detalha que a manutenção financeira da coleta de resíduos será garantida por um modelo alternativo, baseado em diversas fontes de receita. Entre as principais, destacam-se:
- Comercialização de materiais recicláveis e resíduos orgânicos: A Prefeitura pretende obter receitas com a venda de materiais recicláveis, como plástico, papel e metal, além do aproveitamento de resíduos orgânicos e seus subprodutos;
- Subvenções governamentais: Transferências financeiras da União e dos Estados poderão ser utilizadas para complementar o financiamento do serviço de coleta e manejo de resíduos;
- Parcerias Público-Privadas (PPPs): O projeto abre espaço para a formalização de parcerias com empresas privadas, ampliando a eficiência e o compartilhamento de responsabilidades nos serviços de limpeza pública;
- Receitas de créditos de carbono: A gestão municipal também pretende captar recursos por meio da certificação e comercialização de créditos de carbono, obtidos com a implementação de projetos de redução de emissões, como a captura de metano em aterros sanitários;
- Outras fontes permitidas por lei: O projeto permite ainda o uso de outras fontes de receita que assegurem a viabilidade econômico-financeira sem comprometer a capacidade de contribuição da população;
- Racionalização de despesas: A proposta inclui ações voltadas para a eficiência no uso dos recursos públicos, reduzindo desperdícios e otimizando a execução dos serviços.
Mais de R$ 350 milhões em custo
Antes da aprovação do projeto na legislatura passada, o orçamento municipal já trazia previsão superior a R$ 350 milhões em recursos públicos para fins da coleta dos resíduos.
Entretanto, durante a campanha eleitoral neste ano, membros da gestão Sarto chegaram a afirmar que todo o serviço chega a custar mais de R$ 500 milhões anuais.
Vereadores devem aprovar a medida
A expectativa é que a medida seja aprovada na Câmara, mas os 43 vereadores também podem fazer emendas à proposta. Algumas delas devem sugerir ressarcimento para contribuintes que pagaram pelo serviço no ano passado.
Até o momento, as sinalizações apontam que a Prefeitura não deve aceitar essa proposta que iria onerar ainda mais os cofres municipais.