Encontro regional do PDT tem potencial para transformar divergências internas em guerra

Grupos estão se mobilizando para fazer demonstração de força no encontro que reúne lideranças magoadas com os embates recentes

Legenda: O encontro regional de junho do ano passado expôs as divergências que estavam nos bastidores
Foto: Thiago Gadelha

No dia 15 de junho de 2022, a crise interna no PDT cearense ganhou os holofotes com força após divergências que corriam nos bastidores se tornarem públicas. Na ocasião, o Partido convocou um encontro regional, em Fortaleza, no sentido de fortalecer a coesão interna, diante de um cenário pré-eleitoral que trazia divisão entre grupos sobre a posição do partido na eleição que estava por vir. 

Na ocasião, os grupos internos, que se dividiam entre as candidaturas de Roberto Cláudio e Izolda Cela, expuseram o embate em que lideranças deram declarações duras. Estava evidenciado o problema que findaria sem solução. A decisão foi para o diretório estadual e esfacelou o partido para o embate nas urnas. 

Agora, um ano depois, um novo encontro regional do Partido tem potencial para ampliar as divergências ainda não sanadas, diante dos holofotes.

Passado o processo eleitoral, o racha interno só cresceu até aqui e o partido, hoje, praticamente não existe como unidade. Uma parte apoia o governo Elmano (PT), inclusive ocupando secretarias, o outro faz oposição frontal ao governador. 

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A preparação para o encontro regional, em que o partido convoca filiados de todo o Nordeste, demonstra, nos bastidores, que o reencontro será, de lado a lado, uma medição de força dos grupos políticos internos. 

Em Fortaleza, o partido está sob comando do ex-prefeito Roberto Cláudio que mantém na Capital o seu principal grupo político, com apoio do prefeito José Sarto, do presidente nacional e estadual André Figueiredo e do ex-ministro Ciro Gomes. 

Por este motivo, boa parte dos aliados deste grupo deverá comparecer ao evento que tem abertura, nesta quinta (22), marcada para 19h. 

Por outro lado, o grupo mais ligado aso senador Cid Gomes e ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão, também estará presente com forte representatividade. Esta coluna apurou que prefeitos e vereadores do interior, filiados ao partido, foram mobilizados para o encontro de logo mais. 

Fatos históricos

Não se trata apenas de divergências pontuais, naturais em qualquer agremiação que dispõe de democracia interna. Há mágoas pessoais latentes entre as grandes lideranças do PDT, por isso a possibilidade de uma altíssima temperatura no evento de logo mais. 

A maior delas, sem dúvidas, é entre os irmãos Ciro e Cid Gomes. Até 2022, os dois ex-governadores atuavam em sintonia, coordenando um grande grupo governista. Depois disso, entretanto, romperam relações. 

Até aqui, as divergências ficaram restritas aos bastidores. O possível encontro dos dois e a possibilidade de um embate público e direto constitui a possibilidade de termos, neste evento, fatos históricos para a política cearense. 

As divergências, assim, podem sair do campo de ideias e se transformar em uma guerra, cujo maior perdedor, eventualmente, será o próprio partido.