A declaração do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), ao votar no fim da manhã deste domingo (30) em Fortaleza, dá uma clara noção do clima de divisão interna que persiste no partido, quase um mês após o primeiro turno nas eleições. Ele evitou falar da posição pedetista após a eleição e também sobre o engajamento dos irmãos Cid e Ivo na eleição de Lula no segundo turno.
Ciro disse que seguiu a “orientação do partido” na hora de votar. No início do segundo turno, o PDT anunciou apoio à candidatura do ex-presidente Lula, com a condicionante de que os petistas incorporassem propostas da campanha de Ciro, que acabou em quarto lugar no primeiro turno.
Assim como no vídeo em que defendeu a posição do partido, no início do segundo turno, Ciro não citou o nome do ex-presidente Lula após votar neste domingo. Ele ainda complementou que, independente de quem será eleito, não participará do novo governo.
Entretanto, o contexto que mais interessa no caso do Ceará é a posição do partido em relação ao governo Elmano de Freitas, que começa em primeiro de janeiro. Um grupo de deputados estaduais do partido já fala em adesão. No entanto, o clima no partido ainda é de racha.
Ainda na fase de pré-campanha, o senador Cid Gomes, um dos líderes da base governista no Estado, se afastou do processo de escolha do nome do PDT para a disputa ao Governo do Estado.
Depois, já no andamento da campanha, ele declarou que não apareceria na campanha de Roberto Cláudio por discordar do rompimento com o PT e para, segundo ele, “tentar ser um bombeiro, para fazer a reaproximação entre os partidos”.
Após a vitória no primeiro turno, Cid reuniu parlamentares do partido para pedir empenho em torno do nome de Lula. Ciro chegou a convidar para um evento na sede do partido, em apoio a Lula, mas não apareceu. Apenas o presidente estadual André Figueiredo participou do ato.
Ao longo do segundo turno, entretanto, André Figueiredo disse que a posição do partido sobre o governo Elmano ocorreria após o segundo turno, ouvindo Ciro Gomes e Roberto Cláudio.
Nos bastidores, não está descartada a desfiliação de parlamentares com mandato, caso o partido resolva fazer oposição ao governo Elmano.
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