Cinco secretários deixam governo Camilo Santana, em vistas de candidaturas para 2022

Os nomes foram publicados no Diário Oficial de quinta-feira (31)

Legenda: Cinco secretários deixam a gestão visando construir candidaturas para 2022; substitutos devem ser nomes técnicos das secretarias
Foto: Foto: Carlos Gibaja/Goverdo do Estado do Ceará

Cinco secretários do governador Camilo Santana deixaram os cargos nesta sexta-feira (31) de dezembro de 2021. Deixam os cargos Mauro Filho (Seplag), Zezinho Albuquerque (Cidades), Diassis Diniz (Desenvolvimento Agrário), Inácio Arruda (Ciência e Tecnologia) e Lia Ferreira Gomes (secretária executiva de Justiça e Cidadania). As exonerações foram publicadas na edição do dia 30, do Diário Oficial do Estado do Ceará.  

No início do mês, o governador comunicou aos auxiliares que gostaria de ter os cargos à disposição após o dia 31 de dezembro, daqueles que pretendem ser candidatos nas próximas eleições

A argumentação de Camilo Santana foi no sentido de que os novos auxiliares pudessem ter mais tempo para conhecer a máquina pública e os projetos estruturantes, tendo em vista o curto tempo que ainda resta de governo. 

A respeito disso, inclusive, esta coluna apurou que os nomes substitutos dos que deixam a gestão tendem a ser técnicos e que já estejam no governo. A saída dos auxiliares, que se dá por questões políticas e eleitorais, não pode se transformar em palco de outra disputa dentro do governo, sentencia Camilo, de acordo com interlocutores. 

Seplag 

Mauro Filho foi o responsável pelo modelo fiscal e financeiro do Estado desde a gestão Cid Gomes. Ele alternou momentos entre a Câmara Federal, por ter mandato de deputado, e a Seplag, neste segundo governo de Camilo Santana. 

Pré-candidato do PDT ao governo, Mauro Filho deixa o cargo ostentando a marca de o estado ter feito o maior investimento nominal da história, montante de R$ 3,5 bilhões, ficando atrás apenas do Estado de São Paulo em números totais, e sendo o maior do país na comparação com a receita corrente líquida. 

Ele retorna ao Legislativo Nacional e vai trabalhar suas pretensões políticas fora da gestão. 

Cidades 

Zezinho Albuquerque é um nome de confiança dos irmãos Cid e Ciro Gomes. Ex-presidente da Assembleia por três mandatos seguidos, o parlamentar comandou uma das principais pastas do governo do Estado. 

É na Secretaria de Cidades que estão muitos projetos que chegam na ponta, no contato direto com os municípios. Em sua estrutura está também a Superintendência de Obras Públicas (SOP), outro importante órgão estadual. 

Zezinho está filiado ao PDT, mas o seu filho, deputado federal AJ Albuquerque é o presidente estadual do Progressistas (PP). O partido mantém a segunda maior bancada da Assembleia com 5 parlamentares e tende a ter peso estratégico nas articulações de 2022.  

Nacionalmente, a legenda ocupa a Casa Civil do governo Bolsonaro, com Ciro Nogueira. Zezinho deve tentar renovar o mandato de deputado estadual. 

Desenvolvimento Agrário 

Diassis Diniz comandou uma pasta que também tem um peso eleitoral significativo, por lidar diretamente com as comunidades. Diniz integra o grupo político do deputado federal José Guimarães e tem planos de ser candidato a deputado Estadual. 

Ele deixa a pasta para tentar construir a sua candidatura. A pasta comandada por ele, aliás, é um dos alvos da revolta de parlamentares da base governista. Muitos têm reclamado de invasão das bases. 

Quem não foi 

Em entrevista à está coluna no início de dezembro, o chefe da Casa Civil do governo Camilo, Chagas Vieira, havia informado que ao fim do ano também deixaria o cargo. Entretanto, entendimentos posteriores com o próprio governador Camilo Santana fizeram uma mudança de planos no chefe da Casa Civil.  

Chagas se tornou um personagem estratégico no governo Camilo ao assumir a Casa Civil, após a saída de Elcio Batista.  

Ele reitera que não tem planos de candidatura.