Cid Gomes confirma a deputados que havia 'acordo' para que Izolda fosse candidata à reeleição

O senador reuniu parlamentares aliados para discutir o resultado das urnas e pedir engajamento na campanha de Lula para presidente

Legenda: A governadora Izolda Cela pediu desfiliação do PDT após não ter sido escolhida como candidata à reeleição

O senador Cid Gomes (PDT) disse, em reunião com deputados estaduais e federais da legenda, que havia na cúpula do grupo governista um “acordo” para que a governadora Izolda Cela fosse candidata à reeleição, reunindo todos os partidos da base. O entendimento, disse ele, que não foi cumprido, acabou rachando a base.

A declaração ocorreu na reunião em que o parlamentar reuniu a bancada para fazer uma avaliação do pleito e pedir apoio a Lula no segundo turno nacional. Alguns deputados faltaram ao encontro e isso é muito simbólico para uma reunião convocada pelo ex-governador, apontado como o maior líder da base governista cearense. 

Ainda no encontro desta segunda (10), Cid reforçou que a Eleição 2022 foi a mais “difícil” para ele por conta das discordâncias que se tornaram públicas com o irmão e candidato a presidente, Ciro Gomes, em relação à campanha estadual.

O ex-governador afirmou aos correligionários que não poderia divergir do irmão publicamente. Isso foi o motivo do afastamento dele do processo de definição.  

A reunião, ainda segundo as fontes desta Coluna, ocorreu de maneira tranquila, apesar de os deputados terem colocado visões divergentes sobre os fatos. O entendimento final, entretanto, foi que os desentendimentos acabaram prejudicando a todos, principalmente a chapa majoritária, que teve apenas 14% dos votos no Ceará, ficando em terceiro lugar. 

Divisões continuam 

 A bancada pedetista eleita é um reflexo do racha na base governista. Parte dela esteve com Roberto Cláudio na disputa. A outra parte se manteve neutra ou apoio Elmano de Freitas (PT).  

E a divisão continua. Tanto que após os apelos do senador para que todos apoiassem a campanha de Lula no Ceará, uma parte dos presentes afirmou que se sentia desconfortável. Eles pediram a Cid mais diálogo sobre o assunto, inclusive com o governador eleito. 

Alguns dos deputados eleitos não compareceram à reunião com o senador. A ausência que mais chamou atenção foi a do presidente estadual do partido, deputado federal André Figueiredo.

Divergências em família

A divergência entre os irmãos se tornou pública após uma entrevista do prefeito de Sobral, Ivo Gomes, a esta coluna, em que o gestor manifestou sua preferência pelo nome de Izolda e afirmou que Cid pensava da mesma forma.

Posteriormente, após a escolha do candidato, Ivo voltou a falar sobre o assunto. Segundo ele, o irmão Ciro e Roberto Cláudio seriam os culpados pelos danos à aliança governista.

Durante a campanha, Ciro declarou que foi "apunhalado" e, por mais de uma vez, falou em "traição".

Já o ex-prefeito de Fortaleza, também a esta coluna, disse desconhecer qualquer acordo.