Camilo mergulha na sucessão municipal

O governador Camilo Santana (PT) entrou de vez na sucessão municipal. O foco da articulação em curso, conforme já detalhamos nesta coluna, é a Capital cearense, mas há outros debates, no interior e fora do Estado, em andamento. Ontem (27), o governador recebeu a deputada federal Luizianne Lins e o ex-secretário Nelson Martins para uma conversa sobre a disputa em Fortaleza. O plano do governador é aproximar PT e PDT, os dois maiores partidos de sua base aliada, cujos projetos são antagônicos na Capital - a tarefa é dura e precisa envolver uma articulação nacional. E Camilo já vem fazendo isso, conforme detalhamos aqui na edição do dia 14 de agosto. Até o momento, não há decisão sobre a posição do PT, que mantém a estratégia de lançar Luizianne como candidata a prefeita. Esta coluna apurou, entretanto, que há avanços na interlocução feita por Camilo e que as conversas vão continuar, provavelmente, até bem perto do prazo limite das convenções.

Melhor relação

O primeiro fato a ser observado é sobre a relação entre o governador e Luizianne. Eles estão mais próximos e as conversas ocorrem em clima ameno. Falam diretamente um com o outro, sem intermediários. Nesta perspectiva, é que, segundo fontes do próprio PT, há entendimentos preliminares de que, sem a parceria no primeiro turno - intento de Camilo -, haja uma campanha respeitosa entre as partes, sem ataques frontais. A construção seria para facilitar uma aliança no segundo turno. Estes são considerados avanços iniciais dos diálogos internos que Camilo tem tocado.

Arte do convencimento

Nelson Martins, exonerado do cargo da assessoria institucional do Palácio Abolição no último dia do prazo e pegando a todos de surpresa, não quer se apresentar como candidato neste momento, dizem alguns petistas. No primeiro momento de discussão, Luizianne declarou que, caso Camilo garantisse Nelson como cabeça de chapa, ela abriria mão da postulação. Neste momento, Nelson desconversa sobre a possibilidade de candidatura, mas reforça entender que os dois partidos - PDT e PT - deveriam estar juntos já no primeiro turno. A de ontem foi a primeira conversa pessoalmente entre os três. E devem vir outras nos próximos dias.

Hora do vamos ver

Enquanto os diálogos ocorriam internamente no PT, o PDT realizou, ontem, seu último debate interno entre os pré-candidatos pelas redes sociais. As conversas giraram em torno do futuro da Capital. O evento contou com boa audiência, mas manteve algo dos demais: o equilíbrio entre os concorrentes. O comando está com uma sinuca de bico para resolver. E, nos próximos 10 dias, o cenário deve estar mais claro.

Algo a mais

Aliás, ao longo deste exercício interno, dois dos cinco concorrentes resolveram ir além do debate sem pressão e no conforto de seus lares. Samuel Dias e Salmito Filho, como que tentando demonstrar afinco e disposição, foram às ruas. Eles usaram as redes sociais para mostrar uma peregrinação por vários bairros conversando com as pessoas. Salmito apostou mais no corpo a corpo. Samuel mostrou obras da Prefeitura das quais participou. Os debates podem até não ser o ponto de definição do candidato pedetista, mas o desempenho não poderá ser ignorado na escolha.