As apostas de Evandro Leitão para reestruturar a Saúde de Fortaleza até o fim do ano
Prefeito anunciou a troca no comando da Secretaria da área e tem, em andamento, uma série de intervenções na Cidade

Após confirmar a primeira mudança no comando de seu secretariado, com a saída de Socorro Martins da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), articula uma série de ações para tentar reestruturar e imprimir novo ritmo à área mais sensível de sua gestão. A principal delas é uma reformulação no modelo de compras de medicamentos, que, segundo o próprio gestor, será decisiva para evitar novas crises no abastecimento das unidades de saúde da Capital.
O plano do prefeito é a criação de uma Central Única de Medicamentos, que terá a responsabilidade de unificar as aquisições dos 170 equipamentos de saúde sob gestão municipal.
Atualmente, o processo é fragmentado em três frentes diferentes: o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) compra os insumos para os 134 postos de saúde e 16 Centros de Atenção Psicossocial (Caps); já os medicamentos para as seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e policlínicas são adquiridos pelas entidades gestoras dessas unidades; por fim, a SMS cuida das compras para os dez hospitais municipais, incluindo o Instituto Doutor José Frota (IJF).
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“Há necessidade de mudar o processo”, admite o prefeito, que reconhece as falhas no sistema atual, ainda que afirme que o abastecimento hoje está praticamente regularizado, com 133 dos 137 medicamentos obrigatórios em estoque.
A expectativa é que a centralização melhore o controle, agilize os trâmites e gere economia na aquisição dos remédios, com impacto direto na regularidade dos estoques. Essa providência deve ser adotada até o fim deste ano.
Investimentos em estrutura hospitalar
Além da reorganização nos bastidores da gestão, Evandro Leitão aposta em obras estruturantes para desafogar o sistema e melhorar o atendimento à população. Uma das principais frentes em andamento é a reforma do Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará.
A unidade, que até o início deste ano funcionava apenas como maternidade, foi temporariamente interditada para receber uma ampliação significativa: contará com 144 leitos e um novo centro de diagnóstico por imagem, com serviços como tomografia e ressonância magnética. Antes, eram 88 leitos.
O projeto conta com aporte de R$ 11 milhões do Governo Federal. Segundo o cronograma divulgado pela Prefeitura, a entrega será feita em duas etapas: até agosto, a maternidade volta a funcionar; o restante da estrutura será entregue entre novembro e dezembro. “É uma unidade importante, que estava subutilizada, e vai aliviar a demanda de outras unidades”, avalia o prefeito.
Reforço na rede de alta complexidade
Outra entrega prevista para os próximos meses é a ampliação do Instituto Doutor José Frota (IJF), principal hospital de urgência e emergência da Capital. A nova fase da obra, com previsão de conclusão até 30 de junho, deve liberar 30 novos leitos de UTI, em parceria com o Ministério da Saúde. A ampliação faz parte da estratégia da gestão de fortalecer a rede de alta complexidade.
Ao lado dessas medidas, a Prefeitura também mantém em curso reformas em postos de saúde, com o objetivo de melhorar a infraestrutura básica e as condições de atendimento nas unidades mais próximas da população. Essas intervenções, segundo a equipe de Evandro, serão importantes para reorganizar o fluxo e reduzir gargalos em outros pontos da rede.