Apoio do PT ao PDT indica sinalização no partido e dá mais protagonismo a Camilo Santana

A decisão de apoio a Sarto é tese do governador. No início do ano, Luizianne havia sido escolhida sem passar pelo crivo de Camilo

Legenda: A tese de aliança era defendida pelo governador, mas havia dúvidas se o partido toparia depois da troca de farpas no primeiro turno

O governador Camilo Santana é quem vai articular os próximos passos do PT em relação à decisão do partido de declarar apoio a Sarto Nogueira (PDT) no segundo turno das eleições em Fortaleza. O nível de engajamento petista na campanha vai depender deste diálogo do chefe do Executivo.

A decisão de apoio foi tomada no início da tarde desta terça-feira (17), em que o diretório municipal petista declarou sua posição na disputa da Capital.

A sinalização ao governador, embora possa parecer óbvia até pelo cargo que Camilo ocupa, não é trivial no PT. O partido resolveu pela candidatura de Luizianne Lins, no início deste ano, sem nem sequer ter consultado o governador. Camilo, inclusive, fez críticas ao episódio em que a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, veio ao Ceará selar um acordo pelo nome de Luizianne em uma reunião fechada, para a qual Camilo não foi convidado.

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Agora, o nível de engajamento na candidatura pedetista, após turbulências durante a campanha, ficará a cargo do diálogo com Camilo.

Após o fracasso das negociações para uma aliança já no primeiro turno no período de pré-campanha, a relação PT e PDT piorou durante a campanha quando começaram as críticas da campanha de Sarto à Luizianne. A candidata também elevou o tom contra o pedetista.

A troca de sopapos entre os partidos contrariou a estratégia traçada por Camilo que, mesmo não conseguindo acordo entre as legendas no primeiro turno, havia sugerido um pacto de não agressão entre ambos.

Agora, no segundo turno, o governador se antecipou ao anunciar apoio ao candidato pedetista. Durante o primeiro turno, embora não tenha feito isso diretamente, Camilo fez sinalizações a Sarto, em menções à parceria política com o PDT, mas principalmente, no confronto direto com o candidato Capitão Wagner sobre o motim de PMs ocorrido no início do ano.

O apoio anunciado agora entre os dois partidos indica uma vitória da tese de Camilo de ter os principais partidos de sua base de apoio mais próximos na Capital.

Não se sabe, porém, o nível dessa proximidade diante de descontentamento despertado pelos embates do primeiro turno. A conferir.