No último domingo (17), durante o evento que marcou a filiação do presidente da Assembleia, Evandro Leitão, ao PT, tanto ele quanto os principais líderes do partido, como Camilo Santana e Elmano de Freitas, fizeram questão de não mencioná-lo como pré-candidato em Fortaleza. A providência tem objetivo de prevenir a antecipação de disputas pré-eleitorais dentro do partido. Contudo, os sinais da estratégia dos líderes estavam claros.
A dimensão do evento de filiação, a mobilização das bases e, sobretudo, a presença de presidentes de partidos aliados sinalizam que todos os esforços serão feitos pelos líderes do grupo político governista para promover o presidente da Assembleia como candidato a prefeito de Fortaleza.
A aliança entre PT, MDB, PSB, PSD, PP e Republicanos já assegura ao escolhido desse grupo o maior tempo de propaganda em rádio e TV, além de uma parcela significativa dos recursos do fundo eleitoral. A isso se somam outros partidos como Solidariedade, PV e PCdoB.
No novo contexto interno do PT, é difícil conceber outro pré-candidato, além de Evandro, que possa angariar tal estrutura aliada. Ele e os líderes sabem, porém, que devem proceder com cautela, considerando a influência interna da deputada federal Luizianne Lins.
Além de ser uma demonstração de força interna no PT, a possível amplitude da aliança governista lança um desafio aos demais pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza, em especial ao prefeito José Sarto (PDT), candidato à reeleição, que precisará de tempo de propaganda para divulgar as realizações de sua gestão.
Com a chegada do ano eleitoral, está se esgotando o tempo para negociações políticas que sejam capazes de impedir o lançamento do candidato governista com mais da metade do tempo de TV disponível.
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