Opinião
Que mensagem os jogadores do Brasil querem dar e como ela será recebida pela história?
Protesto dos atletas é uma arma forte que alguém vai empunhar, mas qual lado da 'força' o fará?
A história da Seleção Brasileira pode estar passando por um dos momentos de interseção com um 'levante', digamos assim, de atletas em protesto a atitudes e condutas da CBF, principalmente no que diz respeito à Copa América.
Nem mesmo em tempos de maiores polêmicas em relação à entidade máxima do futebol brasileiro, com os desmandos e escândalos de Ricardo Teixeira e João Havelange, se corria o risco de um elenco inteiro não disputar uma competição.
Confrontar o poder constituído quase sempre significava derrota rápida. O técnico do mágico time de 70, João Saldanha, foi demitido após ensaiar um pequeno desentendimento com a ditadura militar à época.
Jogar pela Seleção sempre foi visto como serviço à Pátria, da qual não se poderia opor ou desertar. Até dias atrás.
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Passo nunca dado
Os tempos são outros, para o bem ou para o mal. A história está aí para comprovar para onde caminha a verdade. Conhecidos por serem sempre servis aos interesses dos comandantes da entidade e do poder político constituído, os jogadores brasileiros resolveram dar um passo jamais dado, que, ao meu ver, não há mais possibilidade de recuo.
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Ainda não se sabe o que farão, já que a resposta deve ser dada apenas na terça-feira após o jogo contra o Paraguai. Mas, agora, qualquer atitude será julgada.
Se recusarem disputar a Copa América, aceita sob condições duvidosas e com uma pandemia em curso, jogadores terão a admiração de muita gente. Mas muitos também os julgarão como traidores.
Na história, o heroi se confunde com vilão muitas vezes. Depende de quem enxerga. Mas o fato de saírem de cima do muro mostra algo interessante. O poder da Seleção Brasileira é enorme, porém adormecido. Acordá-lo pode ser um ponto de partida para a busca da verdade e da justiça neste País.
