O ano de 2020 reservou um cenário novo no futebol cearense. A participação do Fortaleza na Copa Sul-Americana (na verdade, os jogos em si contra o tradicional Independiente-ARG), com direito a inédita viagem e tudo mais, reservou uma carga de dramaticidade e de atenção incomum para o período no cenário local.
Foram dois meses do ano em que a instituição Fortaleza, a torcida, a imprensa e os alvinegros (sim, eles também!) participaram de tudo de forma mais intensa que o normal, seja para torcer à favor, seja para secar ou simplesmente trabalhar. Como se já estivéssemos em fim de temporada.
Se houve expectativa, também houve decepção (ou riso) com o fim desse primeiro ciclo da temporada. Algo que findou e outro horizonte que se abriu.
E o que tem pela frente no curto prazo? A velha e tradicional rivalidade das fases finais de Estadual. Como se as coisas retornassem ao seu lugar, ser campeão estadual voltou a ser foco mais próximo, já que os ânimos se exaltaram (e vão ficar assim) com as emoções que o futebol já reservou neste início de 2020. Basta conferir as interações entre torcedores nas redes sociais após a eliminação Tricolor frente aos argentinos.
Tanto Ceará, como Fortaleza já encaram a segunda fase do Cearense, com direito a Clássico-Rei na última rodada. E a tendência, ocorrendo o natural, é que mais Clássicos-Reis aconteçam para frente num curto espaço de 2 meses.
Se chegar à decisão, o Tricolor do Pici terá 8 jogos do Cearense pela frente, dos quais até 5 podem ser clássicos, tendo em vista o Ferroviário. Já o Vovô tem mais 7 jogos pela frente, com a mesma conta. Um ponto de divisão da atenção alvinegra pode ser a próxima fase da Copa do Brasil, que deve ocorrer justamente no fim da segunda fase do Estadual (com Clássico pela frente).
Não preciso é nem falar dos efeitos que um mau desempenho no Estadual ou derrotas em clássicos podem reservar, seja para mudança de rumos ou para fortificação de trabalhos. Quem duvida do peso que o Cearense terá a partir de agora, basta conferir o que vai acontecer pela frente e o que aconteceu no passado. Só como exemplo, em 2019, o Vovô preferiu poupar na Copa do Nordeste, contra o Náutico, para não correr o risco de ser eliminado pelo Floresta. Em 2018, Rogério Ceni quase foi demitido ao perder os dois jogos da final do Estadual para o Ceará.
Na hora das decisões, a rivalidade fala mais alto, mesmo com questões financeiras diferentes envolvidas.