O que é que a Virginia Fonseca tem? Como a simpatia gerou uma marca de R$ 1 bi

A força da simpatia na construção de grandes resultados

Foto: SVM

Você já parou para pensar como a simpatia pode fazer toda a diferença na imagem de uma marca? Aquela sensação agradável que sentimos ao nos conectarmos com uma empresa ou celebridade simpática pode ser um fator determinante para o sucesso das vendas.
 
Um dos principais benefícios da simpatia é a capacidade de aproximar a marca do público. Quando uma empresa transmite autenticidade, calor humano e empatia, estabelece uma conexão emocional com seus consumidores. Um exemplo notável é a marca de cosméticos Natura, que investe em campanhas voltadas para a valorização da beleza natural e inclusão social. Essa abordagem simpática e inclusiva cativa o público, gerando um vínculo de confiança e lealdade.
 
Daniel Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia, explorou a psicologia das preferências e tomada de decisões. Ele argumenta que as pessoas tomam decisões baseadas em dois sistemas de pensamento: o Sistema 1, rápido e intuitivo; e o Sistema 2, mais lento e deliberativo. A simpatia de uma celebridade pode influenciar o Sistema 1, gerando uma resposta emocional positiva e facilitando a escolha pela marca que ela representa. Isso pode impulsionar as vendas e gerar receitas substanciais.
 
Eva Illouz, socióloga e autora de "Consuming the Romantic Utopia: Love and the Cultural Contradictions of Capitalism", destaca como a mídia e a cultura de celebridades moldam nossas percepções e desejos. Ela argumenta que a simpatia e o carisma das celebridades são elementos cruciais na construção da imagem da marca, pois ativam aspirações, identificações e fantasias nos consumidores. Essa conexão emocional e idealizada pode levar a uma maior lealdade à marca e ao aumento das receitas.

 

Em suma, a simpatia das celebridades desempenha um papel psicológico importante na construção de marcas com grandes receitas. Essa simpatia influencia os consumidores de diversas maneiras, ativando respostas emocionais positivas, facilitando a tomada de decisão e criando uma conexão idealizada.

O poder das redes

Philip Kotler, conhecido como o "pai do marketing moderno", afirmou: "A associação de uma celebridade com uma marca pode fornecer um impulso significativo às vendas e ao reconhecimento da marca. As celebridades têm a capacidade de criar uma conexão emocional com os consumidores, gerando uma associação positiva que influencia suas decisões de compra".

Kevin Keller, autor e especialista em branding, disse: "Quando uma celebridade representa uma marca nas redes sociais, essa celebridade se torna uma espécie de embaixadora, promovendo valores, estilo de vida e produtos da marca. Isso ajuda a construir uma relação mais próxima e confiável com os consumidores, resultando em maior engajamento e, consequentemente, aumento das receitas".

Essas citações destacam a importância da associação de celebridades com marcas nas redes sociais. A influência das personalidades famosas combinada com a capacidade das redes sociais de alcançar um público amplo geram uma conexão emocional com os consumidores e reforçam a confiança na marca. Esse engajamento resulta em maior interesse, fidelidade e, por fim, no crescimento das receitas para as empresas envolvidas.

Virginia Fonseca e sua We Pink

No mundo das celebridades brasileiras, podemos citar a influencer Virginia Fonseca como um exemplo de como a simpatia pode impulsionar a carreira e os negócios. Com seu jeito espontâneo e carismático, Virginia conquistou uma legião de seguidores nas redes sociais. Sua autenticidade e simpatia genuína criaram uma conexão forte com o público, que se sente próximo e engajado com sua vida e suas recomendações.

 
Essa conexão emocional se traduz em resultados tangíveis. Quando Virginia Fonseca recomenda um produto ou serviço, seus seguidores confiam em sua opinião e tendem a experimentar o que ela indica.
 
Quando analisamos os números de Virginia, essa força da simpatia aliada a produtos coerentes com a sua autoimagem, há muito marketing de conteúdo com pitadas de escassez, polêmicas que ajudam a alavancar sua imagem de modo que jamais saia dos holofotes e um alcance feito com a união de 3 fatores criam na sua We Pink uma fórmula que pode ser uma aula de estratégia.
 

  1. Imagem de família: casada com o filho do cantor Leonardo, Zé Felipe, Virginia uniu a marca já consolidada do músico a sua imagem. Leonardo é irreverente, querido por muitas camadas da sociedade em diferentes idades, alguém do campo, que remete a um sentimento de simplicidade e que não se refuta em escancarar sua simplicidade em atos que não combinam com a sua alta geração de riqueza. Essa situação gera empatia com o profissional que não deixou o dinheiro mudar sua essência. Virginia, obviamente, não tinha como projetar essa vantagem na sua percepção quando conheceu Zé Felipe, mas sabe mostrar coerência nesse sentimento quando expõe sua relação e os próprios filhos na internet, dentro de um ecossistema que une a simplicidade com a alta frequência de novos conteúdos.
  2. Fitness com procedimentos: da imagem de beleza, ela é altamente proprietária. Virginia é uma mulher considerada muito bonita e não tem nenhum constrangimento em mostrar a série de procedimentos estéticos que já fez em si, mesmo sendo uma mulher tão jovem. Essa exposição cria uma sensação de que ela domina o mundo da beleza e estética.
  3. Conteúdos coerentes com nosso tempo: você pode não gostar, não concordar, não compreender e sequer ter redes sociais... O que não pode negar é que o mundo das dancinhas tem força, tem impacto, tem o algoritmo a favor. E Virginia sabe dominar essa forma de conteúdo com maestria.

 
Toda essa união de boas ideias, coerências, marcas de pessoas famosas e estratégia de redes sociais muto bem trabalhada fez de Virginia Fonseca, com seus milhões de seguidores, um fenômeno de receitas. Estamos em 2023, e sua We Pink gerou uma receita de R$ 160 milhões no ano passado. A projeção estimada pela própria empresa é de R$ 240 milhões para 2023 .

Fundada em outubro de 2021, a We Pink teve um crescimento astronômico com uma linha de produtos que compete apenas com gigantes da indústria internacional. Segundo a empresa de consultoria financeira Varos, em um exercício hipotético de valuation da We Pink, a empresa da influencer teria, hoje, um valor de 881 milhões de reais.

Virginia construiu seu universo com coerência e impacto de trabalho nas redes, assumiu o risco de expor sua família, ganhou muitos haters, enfrentou situações polêmicas na análise dos seus produtos, mas, acima de tudo, acreditou em si, na sua fórmula, na sua capacidade empreendedora e na sua força de imagem e simpatia para ganhar milhões de seguidores, transformando todos em um belo negócio. 

Desconheço cases de empresas que tenham faturamentos acima de 200 milhões de reais com apenas 2 anos de existência.
 
Se você tem medo de críticas, não está disposto a "colocar sua cara a tapa", não tem fé nas suas ideias e não conhece o mercado que visa atuar, você não tem o direito de criticar Virginia e muito menos o de abrir qualquer negócio. Agora, se você tem tudo isso e está sofrendo ocupando uma cadeira no trabalho que não te satisfaz, talvez seja a hora de construir a sua própria marca.
 

Aaah! E não esqueça: nesse mercado, mais importante que o produto é a percepção de sua marca. E se você não sabe por onde começar, está na hora de retirar o preconceito do seu coração e assistir a tudo que Virginia tem feito em prol do próprio negócio.