Ontem, a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou em forte queda de 3,27%, aos 116.012 pontos. O dólar, por sua vez, subiu e fechou cotado a R$ 5,14, com alta também forte de 3,01%.
A queda da bolsa e alta do dólar foram consequência do noticiário político em torno do caso da tumultuada prisão do líder do PTB, Roberto Jeferson, e da divulgação das últimas pesquisas.
Por causa dessas notícias, as ações da Petrobras desabaram 9,89% e as do Banco do Brasil caíram10,03%. Resultado: o valor de mercado das duas empresas registrou, apenas ontem, uma queda forte de R$ 62,8 bilhões.
Como as pesquisas estão a indicar vitória de Lula na eleição de domingo, 30, e como o ex-presidente tem planos de promover maior intervenção do governo na Petrobras, os portadores de ações da empresa estão a livrar-se desses papeis.
O mercado está antevendo que, por causa da ação de Roberto Jeferson, ao reagir à prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, o presidente Bolsonaro terá mais dificuldades nesta reta final da campanha eleitoral.
As pesquisas eleitorais têm forte influência nas operações da Bolsa, que sobe e desce conforme essas notícias.
Há pesquisas que dão vitória de Bolsonaro, e, quando elas são divulgadas, a B3 sobe, porque a agenda liberal de Bolsonaro tem a simpatia dos operadores do mercado; quando as pesquisas indicam vitória de Lula, a Bolsa cai, porque o mercado vê o candidato do PT como intervencionista, ou seja, promovendo maior intervenção do estado na economia.
AS PREVISÕES DO BOLETIM FOCUS
Ontem, segunda-feira, saiu o relatório Focus, um boletim semanal que o Banco Central divulga com base nas análises de 100 economistas das instituições financeiras.
Pois bem: esses economistas estão prevendo que o IPCA, ou seja, a taxa de inflação brasileira fechará o ano em 5,60%. Há um mês, essa previsão era de 5,88%.
O PIB deste ano, por sua vez, deverá fechar o ano com alta de 2,76. Há um mês, a previsão era de 2,67%.
O dólar, segundo o boletim Focus, encerrará este ano cotado a R$ 5,20, a mesma taxa de um mês atrás.
E a taxa básica de juros Selic fechará 2022 na marca atual de 13,75%, o que significa que o Copom, que se reúne de hoje até amanhã em Brasília, manterá inalterada a taxa de hoje.