Instalou-se o caos no Porto do Mucuripe, e a culpa não é da Companhia Docas do Ceará, que o administra, mas da operação estabelecida pela CMA Terminals, empresa vencedora da licitação realizada no começo deste ano pela administração anterior, ganhou o gerenciamento do terminal de contêineres do terminal.
Fonte desta informação, o diretor de uma grande empresa de logística de transporte, cuja frota serve aos portos do Mucuripe e Pecém, disse nesta quinta-feira à coluna que seus caminhões estão enfrentando uma espera de até 36 horas para ter acesso à área do retroporto destinada ao armazenamento dos contêineres.
“É um inferno, e tudo tem uma causa: a CMA Terminals, que é um braço da CMA-CGM, uma gigante multinacional dos mares do mundo, não tem expertise para operar um terminal de contêiner, por menor que ele seja, como é o caso do Mucuripe”, disse a fonte.
Ela acrescentou que a operação da CMA-CGM “carece de tudo, desde a estrutura até equipamentos, pois faltam, por exemplo, empilhadeiras e gente capaz de operá-las”.
“A empresa francesa nunca foi operadora portuária e sua presença no Mucuripe está causando transtornos que jamais foram registrados no nosso porto”, acrescentou a mesma fonte.
A gestão anterior da Companhia Docas do Ceará promoveu no ano passado uma licitação para o arrendamento de uma área de armazenagem de até 88,4 mil m² no Porto do Mucuripe, vencida pela CMA-CGM.
Apesar dos protestos de vários operadores portuários que, no anonimato, se manifestaram contra o resultado da licitação, a Companhia Docas do Ceará informou que a cessão de área do Porto de Fortaleza para o arrendatário CMA Terminals ‘foi um processo seletivo transparente e teve seu início após a publicação do edital nos meios de comunicação, no Diário Oficial da União e site da CDC”.
Exportadores e importadores cearenses – adiantou a fonte – estão tendo prejuízos causados “pela bagunça que virou o terminal de contêineres do Mucuripe”.