Steinbruch tem projeto agroindustrial para ovinos no Ceará

Em março, Ricardo Setinbruch, CEO do Grupo Vicunha, irá ao Ceará para visitar a Embra Ovinos e Caprinos em Sobral. E mais: empresários paulistas querem produzir citrus no Ceará

Legenda: Secretário Salmito Filho fica em pé para mostrar ao empresário paulista Edson Okuma o potencial da citricultura do Ceará
Foto: Divulgação

Berlim (Alemanha) – Com duas boas notícias de interesse da economia cearense, encerrou-se ontem, aqui, a Fuit Logistica 2024, maior feira mundial da cadeia produtiva de Frutas, Legumes e Verduras (FL). A primeira boa notícia é a de que o empresário Ricardo Steinbruch, CEO do Grupo Vicunha, que tem investimentos no Ceará nas áreas da indústria e da agricultura, pretende investir, também, na ovinocaprinocultura. E é para já, como revelou José Antônio Belotte, CEO da Finobrasa Agroindustrial (Finoagro), uma das empresas do grupo.

Ricardo Steinbruch e seu filho Saniel são donos da Fazenda Querência, na zona rural do município paulista de Mogi Guaçu, em São Paulo. Lá, o seu complexo agroindustrial conta com um moderno frigorífico, cuja produção é quase toda destinada à exportação, incluindo o mercado árabe.

Ontem, no estande do Complexo Industrial e Portuário do Pecém na Fruit Logistica, José Antônio Belotte voltou a reunir-se com o secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, Salmito Filho, que ouviu dele mil perdões pela ausência de Ricardo Steinbruch na reunião – ele teve de viajar ontem de Berlim para os Emirados Árabes, onde estão alguns dos seus maiores clientes.

“Estou aqui, em nome do Ricardo, para confirmar a informação que lhe transmiti na terça-feira, 6, segundo a qual ele quer mesmo investir em um projeto agroindustrial na área da ovinocaprinocultura”, disse Belottee, com outras palavras, ao secretário Salmito Filho.  

O secretário assumiu um ar professoral e contou a história da colonização cearense, que teve como protagonista a pecuária bovina e caprina, ressaltando que bois, cabras e carneiros são animais resistentes às intempéries do semiárido. Salmito repetiu para o CEO da Finoagro o que dissera na reunião anterior:

“O Ceará tem o segundo maior rebanho brasileiro de ovinos e caprinos. E tem mais: é a sede, no município de Sobral, da Embrapa Caprinos e Ovinos – um centro de pesquisa dedicado aos estudos em torno do melhor aproveitamento agroindustrial de cabras, ovelhas e carneiros” – acrescentou o secretário. Os olhos de José Antônio Belotte brilharam enquanto Salmito contava as virtudes do semiárido cearense para a atividade da pecuária de caprinos e ovinos.

Os dois acertaram que, no início de março, Ricardo Steinbruch irá a Fortaleza, provavelmente acompanhado do filho Daniel, para conhecer a potencialidade agroindustrial da ovinocaprinocultura do Ceará.

A ideia do secretário Salmito é levar os Steinbruch a Sobral para conhecer a unidade de pesquisa da Embrapa e, ainda, para visitar algumas fazendas de criação de ovelhas e carneiros.

Ao despedirem-se, Belotte e Salmito concordaram num ponto: o investimento de Ricardo Steinbruch poderá tornar o Ceará um importante Polo da Ovinocultura brasileira no curto prazo.

PAULISTA QUE PRODUZIR CITRUS NO CEARÁ

A segunda boa notícia é a seguinte: Edson Okuma e seu filho Felipe, donos da Okuma Citrus Agro Comercal, com fazendas de produção em Fernandópolis, no Noroeste de São Paulo, reuniu-se ontem, na Fruit Logistica, com o secretário Salmito Filho, mostrando interesse em investir na plantação de laranja, limão e tangerina no Ceará.

Os Okuma disseram a Salmito que, nas suas fazendas têm plantados 250 mil pés de limão da variedade Tahiti; outros 250 mil pés de laranja e 900 mil pés de tangerina. Também disseram que a ideia de investir no Ceará não é só dele, mas de outros produtores integrantes da Associação Brasileira de Citrus de Mesa.

Da reunião saiu a seguinte informação: além de Edson Okuma, virão ao Ceará mais cinco citricultores, para os quais a secretaria Executiva do Agronegócio, chefiada pelo agrônomo Sílvio Carlos Ribeiro, preparará uma programação de visita às regiões onde a citricultura se desenvolve, como a do Baixo Jaguaribe.

Na próxima semana, Sílvio Carlos Ribeiro terá contato com os Okuma para acertar a data da visita do grupo paulista ao Ceará.



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