Não há fundamento no protesto da agropecuária cearense contra decreto do governador Camilo Santana, reajustando os antigos valores cobrados pelo uso da água de rios, riachos, açudes e poços profundos - públicos e privados. Uma alta fonte da SRH explica o seguinte: o uso da água pela indústria é cobrado desde 1996; a cobrança da água usada pela agricultura é mais recente, vem desde 2001. Demonstrando tranquilidade, a mesma fonte expõe: "Os que produzem nos distritos irrigados, ou seja, os irrigantes, pagam um valor simbólico, que é pedagógico, ou seja, tem o objetivo de mostrar-lhes que esse ativo líquido tem um custo. Esse valor simbólico era de R$ 0,00191 por m³ consumido; para quem tem captação e adução próprias, esse valor sobe para R$ 0,00576 por m³. A empresa industrial paga, pela mesma água, R$ 0,85; já o setor do comércio e serviço paga R$ 0,33 por m³; e o consumidor doméstico, atendido pela Cagece e pelos Saaes, que têm captação própria de poços, rios e açudes, paga R$ 0,0645". A fonte parece ter razão: esses valores são ínfimos e foram reavaliados pelo decreto. Agora, a novidade: os governos do CE, RN, PB e PE fecharam pré-acordo com o MDR, que deverá fixar em R$ 0,76 por m³ o valor da água a ser fornecida pelos canais Leste e Norte do Projeto S. Francisco de Integração de Bacias.
Mais uma novidade: se surgir uma solução técnica que substitua a cara energia da Chesf pela gerada por fontes renováveis, como a solar e a eólica, aquele preço cairá para até R$ 0,30 (trinta centavos) por m³. Será a sopa no mel.
Não poderia faltar o "recado" (pode chamar-me de crítica azeda) da mesma fonte ao universo da agropecuária do Ceará que reclama da cobrança da água: "Muito se debate sobre a participação da iniciativa privada no Projeto S. Francisco e na ampliação da infraestrutura hídrica do Nordeste por meio de novas transposições, da dessalinização e do reúso. Será que algum investidor topará assumir a gestão e a operação desse projeto para entregar, de graça, ativo tão valioso? Há centenas de reservatórios particulares barrando a água que deveria encher açudes públicos que abastecem cidades e suas populações, comunidades rurais e perímetros irrigados. Não interferimos nesses reservatórios privados por entendermos que eles são importantes para o setor produtivo rural. Mas não cobrar pela água deles seria isentá-los, prejudicando os que, à jusante, pagam pelo uso da mesma água".
Veja também
Boa notícia chega de Londres! A Universidade de Oxford informou ontem que o uso do Dexametasona, um corticoide que reduz a inflamação, combinado com Tocilizumab, para tratar a artritre reumatoide, reduz em 50% a mortandade de pacientes infectados pela Covid e em 50% a dos casos mais graves da doença.
Hoje, um dos melhores restaurantes de Fortaleza, o Villa Alexandrini, fecha suas portas. Seu proprietário, Magno Freitas, emocionado, anunciou pelas redes sociais que a causa do fechamento foram as restrições impostas pelo governo às casas de pasto. São mais sete famílias cujos chefes ficam agora desempregados. Uma pena!