R$ 15 milhões para fazer buggy

Há seis meses, o empreendedor cearense Bill Farias - que nos anos 70 do século passado instalou em Fortaleza, com seu irmão Rogério, uma fábrica que começou produzindo lanchas de fibra de vidro e, depois, em 1978, passou a fazer, com o mesmo material, jipes do tipo buggy - vendeu para um empresário alemão a marca Fyber, que batiza até hoje aquele veículo "off road", bom na areia da praia, montado sobre chassis de um fusca 1.300. A identidade do comprador, Bill Farias não sabe repetir e explica o porquê: "Porque é um nome muito difícil de falar e mais ainda de escrever".

Agora, esta coluna transmite, em primeira mão, a informação que interessa: até julho deste ano, o buggy Fyber voltará a ser fabricado no Ceará. O alemão que adquiriu a marca - por valor não revelado por Farias- está, neste momento, tratando com o Governo do Estado (como revelou o Diário do Nordeste na última sexta-feira, 15) sobre a instalação, na cidade de Paracuru, "de uma grande fábrica que produzirá 80 veículos por mês", em um galpão industrial desocupado há mais de um ano.

De acordo com Bill Farias, pelo menos R$ 15 milhões serão investidos pelo alemão, que já recusou financiamento bancário e encarará o projeto utilizando recursos próprios.

Ainda segundo a mesma fonte, o mercado de veículos fora de estrada "parece insaciável, e tanto é verdade que há filas de espera de até 90 dias para a compra do Troller, da Ford".

Bill Farias lembra que, em 2003, ele e seu irmão Rogério apartaram-se: "Eu fiquei com a Fiber e ele com a Troller. Rogério logo vendeu a Troller para o Mário Araripe, que em seguida a vendeu para a Ford".

Foram fabricados e comercializados no Ceará e em outros estados do Nordeste "cerca de 12 mil buggys da marca Fyber, um jipe que obteve sucesso de público, de crítica e de vendas", como diz Farias, que se recorda de outro detalhe pregresso:

"Em 1980, quando lançamos o Fyber, nós fabricávamos o Dunas, um modelo mais ou menos semelhante. O sucesso do Fyber foi tão grande, que tivemos de parar a fabricação do Dunas".

Para concluir: a nova fábrica da Fyber em Paracuru, segundo cálculos de Bill Farias, deverá dar emprego direto a, no mínimo, 400 pessoas. O secretário do Desenvolvimento Econômico, engenheiro Maia Júnior, é quem conversa, em nome do governo do Estado, com o empresário germânico. Há três dias, Maia disse a esta coluna que a indústria automobilística continua no seu radar e prometeu que, "nos próximos dias, teremos novidades".

Banana

Em dezembro de 2018, a Assembleia Legislativa do Ceará, que mantém hoje a mesma maioria governista de então, aprovou projeto proibindo a pulverização aérea sobre culturas agrícolas. A da banana foi a mais castigada, com perda de produção e empregos na região do Cariri. Resultado: no ano passado de 2020, as exportações de banana do vizinho Rio Grande do Norte, onde é permitida a pulverização aérea, cresceram 34,9%. As do Ceará caíram 24,1%. Detalhe: o Rio Grande do Norte é governado pelo mesmo PT que governa o Ceará. Acredite, que é vero.

Benfica

Na Galeria BenficArte, no Shopping Benfica, a pintora Stela Maria Colares Gomes está expondo - sob o título Epifania - 30 quadros em MDF, tinta plástica e verniz, todos pintados ao longo da pandemia da Covid-19. Neta de Mundica Paula, pioneira da indústria cearense de bordados, e prima e conterrânea do maranguapense Chico Anísio, que também era pintor, Stela Colares desenvolve sua arte sobre várias superfícies, incluindo tecidos. João Soares Neto, empresário, escritor e empreendedor do Benfica, comenta que os trabalhos de Stela representam "uma realidade rica, diversa e imperfeita".

Sem-teto

Agora sob nova administração, a PMF tem um desafio imediato: dar novo destino aos sem-teto que ocuparam alguns pontos da área de praia da novíssima Avenida Beira-Mar, principal corredor turístico de Fortaleza. Um desses pontos localiza-se em frente a um hotel cinco estrelas, no meio da Avenida. O que deveria ser um quiosque virou um casebre com colchão e rede de dormir.

Vacinação

Começou ontem a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. E da maneira mais eleitoral possível. Quinze minutos depois de a Anvisa aprovar o uso emergencial das vacinas CoronaVac, de origem chinesa e em produção em escala industrial pelo Instituto Butantan, e da Oxford/Astrazeneca, criada e desenvolvida na Europa, já fabricada na Índia e a ser produzida também no Brasil pela Fiocruz, o governador de São Paulo, João Dória, posou ao lado de uma enfermeira que se tornou a primeira brasileira imunizada.

Tudo transmitido ao vivo pelas redes de tevê, que captaram também o curto pronunciamento do governador tucano, por enquanto pré-candidatíssimo à Presidência da República na eleição de 2022, para a qual já se inscreveram também o deputado Rodrigo Maia, o ex-ministro Henrique Mandetta, o ex-ministro Ciro Gomes e o apresentador Luciano Huck. Neste momento, todos estão unidos na estratégia de tirar do poder, o mais rapidamente possível, e pela via do impeachment, o presidente Bolsonaro, movimento que poderá levar o País ao caos. Antes disso, porém, o Judiciário terá tornado sem efeito todo o trabalho da Lava Jato, providência que já está em execução.



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