Pulverização com drones eliminará trabalho degradante no Ceará
Controlado remotamente e dotado de moderna tecnologia que reduz a zero dano ao meio ambiente, os drones aumentarão a produção e a produtividade das lavouras e extinguirão serviço que põe em risco o trabalhador
Faz 20 anos que o consumo mundial de algodão estacionou na marca de 24 milhões de toneladas anuais. Por quê? A óbvia pergunta tem uma clara e curta resposta: por causa do poderosíssimo lobby do petróleo, que, instalado em países produtores do Oriente Médio e de outras regiões, incluindo os EUA e até o Brasil, mobiliza as chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs) para, a bom soldo, fazer pressão contra a fibra natural e a favor das fibras sintéticas, de origem fóssil.
Grandes redes varejistas multinacionais como Zara, C&A, H&M, Primark e Forever 21 – com lojas no mundo todo – são pressionadas permanentemente a trocar as confecções de puro algodão pelas de poliéster, sob o falso argumento de que a produção de algodão exige muita água.
É esse bilionário lobby que subvenciona as ONGs, que, com as exceções que confirmam a regra, são integradas por oportunistas que encontraram nelas a chance de, bem remunerados, alugar seu discurso ideológico (ideológico?) ao interesse de quem lhes remunera.
Há um movimento planetário caminhando no sentido de que, a partir de 2050, as fontes fósseis de energia sejam substituídas por fontes renováveis, e essa substituição avança no Brasil com surpreendente rapidez. Todos os brasileiros desejamos um mundo verde e um Brasil mais verde ainda.
Na agricultura, o sonho de quem produz alimentos aqui, na China ou na Austrália é um só: fazê-lo com a utilização de defensivos orgânicos. Mas, por enquanto, a produção desse insumo é quase nada diante da alta demanda das lavouras, principalmente as de soja, milho, feijão, algodão, girassol, frutas, verduras e legumes.
Essas lavouras, em todos os 27 estados do Brasil, com exceção do Ceará – vale repetir, com exceção do Ceará – são protegidas pelo uso de defensivos químicos, aplicados hoje pela chamada aviação agrícola ou pelos drones – objetos voadores que operam por controle remoto. Tanto os minúsculos aviões Ipanema – fabricados pela Embraer especialmente para a tarefa de pulverizar extensas áreas cultivadas – quanto os drones são os grandes aliados dos produtores de grãos e fibras em Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantis, Maranhão, Piauí e Bahia.
Se não fossem os defensivos agrícolas, o mundo estaria passando fome, uma vez que os defensivos orgânicos não têm, ainda, produção em escala. Os defensivos químicos são prescritos por engenheiros agrônomos – os médicos da agricultura – que especificam como eles devem ser preparados e usados na proteção das plantas. E tudo se passa igualzinho ao que acontece com os seres humanos que, quando atacados por bactérias ou vírus, procuram o médico que lhes prescreve os medicamentos que o caso requer, e que devem ser usados conforme a prescrição. Se em vez de um comprimido de Tylenol de 12 em 12 horas, alguém ingere 30 de uma só vez, correrá o risco de morrer.
Os que, ideologicamente, discursam contra o uso de drones na pulverização aérea das lavouras no Ceará são os mesmos que, quando atacados por uma bactéria brava ou por um vírus poderoso, não tomam remédios fitoterápicos, mas potentes antibióticos produzidos pela indústria farmacêutica, pois sabem que estes são os melhores defensivos contra a sua doença. Eis o paradoxo. Eis a desonestidade intelectual.
Na agricultura acontece a mesma coisa, e eles sabem disso. O defensivo agrícola, que contém insumos químicos para matar a praga e a doença das lavouras, só deve ser aplicado conforme a prescrição do agrônomo e segundo o Manuel de Instruções do fabricante. Hoje, a aplicação desses defensivos é feita, como já foi dito acima, por modernos drones que – e esta é a melhor notícia de tudo isto – demite, alija, despreza e expulsa a utilização da mão de obra humana em um serviço degradante.
O próprio governador Elmano de Freitas, um homem reconhecidamente de esquerda, considerou inadmissível, inacreditável que, em pleno Século 21, trabalhadores ainda utilizem nas costas um balde carregado de defensivos químicos para pulverizar plantações de bananeiras, melões e hortifrutis no estado do Ceará. Pois são oportunistas grupos de esquerda que querem a perpetuação desse emprego degradante.
Além de reduzir a zero danos ao meio ambiente e aos humanos, os drones operam a baixa altitude, pulverizando somente as áreas delimitadas. Com eles a produção e a produtividade das lavouras aumentam, ao mesmo tempo em que diminuem em 30% os custos de produção e livram centenas de trabalhadores de um serviço realmente ultrajantee.
O Poder Legislativo cearense tem a chance de recolocar a agricultura cearense na trilha que já percorre a agricultura dos demais 26 estados da Federação.