Projeto Itataia: basta só a decisão política, que está atrasada

O governador Elmano de Freitas recebeu o empresário Rodolfo Galvani, presidente do Conselho de Administração da Galvani Fertilizantes, ue saiu do Palácio da Abolição com um sorriso nos lábios

Legenda: Foto da entrada da mina de fosfato de Itataia
Foto: Kid Júnior / Diário do Nordeste

Rodolfo Galvani, presidente do Conselho de Administração da Galvani Fertilizantes, reuniu-se terça-feira no Palácio da Abolição – sede do governo do Ceará – com o governador Elmano de Freitas, com quem tratou a respeito do projeto de exploração da mina de fosfato de Itataia, na geografia do município de Santa Quitéria. O empreendimento está pronto para ser implantado, aguardando, apenas, a Licença Ambiental em análise pelo Ibama.  

Uma fonte que acompanha as tratativas entre as duas partes informou à coluna que Galvani saiu da reunião com um sorriso de contentamento. A mesma fonte revelou que Elmano de Freitas deixou claro ao empresário que o governo cearense prestará colaboração ao empreendimento, que é vital para uma guinada na economia do Ceará.

O Projeto Santa Quitéria tem o objetivo de explorar uma jazida de propriedade da Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para extração e beneficiamento de produtos fosfatados e concentrado de urânio não enriquecido. A INB é detentora dos direitos minerários, e a Galvani é responsável por todos os investimentos e operação do empreendimento, cujos produtos serão por ela também comercializados.
 
O concentrado de urânio será produzido pela Galvani e destinado à INB para geração de energia nuclear, como pagamento de royalties pela exploração da jazida.

O projeto original da Galvani foi modificado, incorporando novas tecnologias. Agora, ele prevê investimentos de R$ 2,3 bilhões (o original previa R$ 1,4 bilhão); a produção de gesso saltou de 1.217 de toneladas/ano para 1.820 toneladas/ano; a produção de fertilizantes fosfafatos saiu de 810 mil toneladas/ano para 1.050 toneladas/ano; a produção de fosfato bicálcico foi reduzida de 240 mil toneladas/ano para 220 mil toneladas/ano; a produção de concentrado de urânio foi ampliada de 1.600 toneladas/ano para 2.300 toneladas/ano; e a geração própria de energia elétrica aumentou de 18 MW para 33 MW.

A Galvani esclarece: o urânio em seu estado natural, na forma como é encontrado na natureza, tem baixa emissão de radiação.

No Projeto Santa Quitéria não haverá enriquecimento de urânio. Os níveis de radiação não serão prejudiciais à saúde dos trabalhadores e das pessoas que residem em localidades vizinhas, uma vez que as doses geradas serão controladas para que não ultrapassem o limite seguro estabelecido pela CNEN.

Em 28 de setembro passado, o governo do Ceará e a Galvani celebraram um Memorando de Entendimento, por meio do qual o primeiro garantirá ao segundo o abastecimento de água, de energia elétrica e, ainda, acessos rodoviários, além de educação básica e capacitação de mão de obra para o projeto, esforços institucionais para apoiar e viabilizar o licenciamento e a possibilidade de concessão de incentivos fiscais.

O projeto da Galvani prevê que 25% dos fertilizantes fosfatados que serão produzidos pelo empreendimento se destinem ao mercado nordestino e 50% do fosfato biocálcico parta a nutrição animal sejam endereçados às regiões Norte e Nordeste.

O projeto tem uma importância estratégica para o país, pois 1) ajudará a reduzir a enorme dependência das importações de fertilizantes; 2) fortalecerá a agricultura e a pecuária do Norte do Nordeste; 3 ) incrementará positivamente a a matriz energética de baixa emissão de carbono; 4) eliminará a importação e abrirá a possibilidade de exportação de concentrado de urânio.

Resumindo: o futuro da economia do Ceará é promissor. Basta somar o Projeto Itataia ao do Hidrogênio Verde para enxergar as imensas perspectivas que se abrem para duas grandes cadeias produtivas.

Os cearenses temos de ser como os chineses, para os quais 10 anos passam num instante. Temos de entender que os grandes investimentos exigem um tempo de maturação, e este é o caso do Hub do H2V do Pecém e da implantação de uma indústria moderna produtora de fertilizantes.

A matéria-prima está aqui, os investidores e o mercado consumidor, também. Basta a decisão política.

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