Previdência privada: gestão de ativos chega a R$ 1,2 trilhão

Henrique Diniz, diretor da Icatu Seguros e especialista no tema, sugere opções para quem quer garantir boa aposentadoria

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 07:18)
Legenda: Enquanto o sistema previdenciário do INSS segue deficitário, cresce a demanda pelos fundos privados
Foto: Shutterstock
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Há dois futuros para o brasileiro trabalhador: um para o que contribui para o INSS e para a previdência do serviço público, outro para quem, além disso, se protege investindo em fundos de previdência privada, assegurando um “plus” na renda que terá quando chegar sua aposentadoria. O número dos que preferem a segunda opção cresce a cada mês, segundo disse para 50 empresários cearenses de todos os tamanhos o diretor de Produtos de Previdência da Icatu Seguros, uma gigante nacional do setor, Henrique Diniz.  

Na noite de quinta-feira, 17, ele foi o palestrante de mais um Investment Talk, uma conversa sobre investimentos que, periodicamente, promove a Alessandro Belchior Imóveis, empresa com forte atuação no mercado imobiliário cearense. 

Diniz começou dizendo que, hoje, cresce o número dos brasileiros com mais de 90 anos de idade. Ele lembrou que, em 1940, a expectativa de vida do brasileiro era de 45 anos; hoje, é de 76 anos, mas em 2030 será de 78 anos. Na carteira de clientes da Icatu Seguros, elevou-se, nos últimos anos, o número dos que têm mais de 85 anos e que recebem já os rendimentos do que aplicaram ao longo da vida para garantir a boa aposentadoria de agora. 

Henrique Diniz deu números que, por outro lado, revelam a fragilidade do sistema de aposentadoria do INSS, que tem uma conta que não fecha, nem fechará enquanto o governo ou o Parlamento não elaborar e aprovar uma nova reforma previdenciária. Reparem: hoje, no INSS, há 1 aposentado para 1,9 contribuinte na ativa. Em 2023, o déficit da Previdência alcançou R$ 306,2 bilhões. Em 2024, esse déficit foi de R$ 416,8 bilhões, ou 3,45% do Produto Interno Bruto (PIB), mas este valor inclui o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime dos militares e o dos servidores públicos. Só o déficit do INSS, que paga as aposentadorias e pensões dos trabalhadores do setor privado, foi no ano passado de R$ 304,6 bilhões, ou 52% do PIB.  

Instigado por perguntas da seleta plateia que o ouviu com muita atenção, o diretor da Icatu Seguros disse que o mercado segurador brasileiro tem alta concorrência, com ofertas variadas para o extenso cardápio de produtos suportados por fundos de investimento. Na sua empresa, por exemplo, “há variados fundos que guardam e fazem render as aplicações dos seus clientes, todas com vistas à futura aposentadoria”. 

Diniz disse que o mercado segurador nacional “é muito regulado”, e esta é uma das razões que o mantém sempre nas páginas de economia dos jornais e no horário nobre da televisão, divulgando boas notícias. E uma delas é esta: em 2024, o montante de ativos sob gestão em previdência privada aberta no Brasil chegou a um Evereste do tamanho de R$ 1,245 trilhão. Deste total, o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) respondeu por 16%, enquanto o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) representou 84%. Na carteira da Icatu Seguros, o PGBL representa 35% dos investimentos, enquanto o VGBL atrai 65%. 

O que motiva o investimento em planos de previdência? -- indagou um empresário do ramo imobiliário. Diniz respondeu: “A intenção de acumular patrimônio, a de guardar suas economias para garantir uma boa aposentadoria, a de fazer um planejamento sucessório (na família) e a de adquirir um imóvel, que parece ser a preferência dos investidores.” 

Neste ponto, interveio Germano Belchior, diretor da Alessandro Bechior Imóveis, que, como se na sua cabeça estivessem estocadas as estatísticas do IBGE e as do Sinduscon, promoveu uma tempestade de informações sobre o mercado imobiliário de Fortaleza, que vai muito bem, crescendo na velocidade do frevo, “porque oferece um menu de produtos para todos os gostos, desde as unidades do programa Minha Casa, Minha Vida até os grandes e luxuosos apartamentos nos bairros de maior renda da cidade, passando por imóveis cujos valores cabem no bolso da classe média.  

Belchior assegurou que hoje, em Fortaleza, o melhor negócio é investir em imóveis, pois o retorno, além de garantido, é maior do que o dos fundos de renda fixa.  

Henrique Diniz – muito aplaudido ao final da conversa – concordou com a opinião do seu anfitrião.