Mercado reage contra novo Imposto de Exportação de Petróleo

Para o Instituto Brasileiro de Potróleo e Gás (IBP) o novo tributo afetará a credibilidade do país e a perspectiva de aumento da produção de óleo cru

Legenda: Segundo o IBP, a produção do petróleo no Brasil será afetada pela Medida Provisória que criou Imposto de Exportação do óleo cru
Foto: Steferson Faria

Por Medida Provisória, o governo do presidente Lula decidiu ontem, por Medida Provisória, criar um imposto de exportação sobre as vendas de petróleo. A decisão  está tendo má repercussão no mercado. 

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) acaba de distribuir um comunicado, no qual posiciona-se contrário à medida, alegando que ela afeta as perspectivas de aumento da produção de petróleo, uma vez que o produto será onerado e sofrerá uma maior concorrência de países que não tributam a commodity.

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É o seguinte, na íntegra, o comunicado do IBP:

“POSICIONAMENTO IBP - IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO  - O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), principal representante do setor no país, vê com grande preocupação a instituição de um imposto de exportação sobre o petróleo cru, anunciado nesta terça-feira (28.02.2023) pelo Governo Federal. 

“A indústria de óleo e gás e a sua extensa cadeia produtiva têm importância estratégica para o país. Representa cerca de 15% do PIB industrial e tem uma estimativa de geração de mais de 445 mil postos de trabalho diretos ou indiretos ao ano na próxima década e cerca de US$ 180 bilhões em investimentos nesse mesmo período. 

“As exportações de petróleo são o terceiro item mais importante da balança comercial brasileira, sendo responsável por um superávit de US$65 bilhões nos últimos quatro anos. Desse modo, a tributação das vendas externas, mesmo de forma temporária, pode impactar a competitividade do país a médio e longo prazos, além de afetar a credibilidade nacional no que tange a estabilidade das regras. 

“A criação desse novo imposto também afeta as perspectivas de aumento da produção de petróleo, uma vez que o produto será onerado e sofrerá uma maior concorrência de países que não tributam a commodity. 

“O período definido para cobrança do novo imposto, por si só, não retira os efeitos de percepção negativa que podem perdurar por longo período, podendo ocasionar atraso ou mesmo cancelamento nas decisões de investimentos em exploração e produção, com potencial efeito negativo na arrecadação de tributos federais e estaduais e na geração de empregos.”