Ontem, finalmente, o ex-senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande do Norte, foi eleito e já assumiu a presidência da Petrobras, maior empresa estatal brasileira.
Mas o fato repercutiu mal na Bolsa de Valores B3, que fechou em baixa de 0,08%, ou seja, praticamente estável em relação ao pregão anterior, mantendo os 114 mil pontos. O dólar também fechou praticamente estável, com queda de 0,11%, cotado a R$ 5.07 centavos.
As ações ordinárias da Petrobras fecharam em queda de 2,63%, valendo R$ 29,62, enquanto as preferenciais recuaram 2,75%, cotadas a 26,62.
Mas tudo não passou de manobra especulativa. Afinal, o mercado financeiro, aqui e no mundo todo, é movido pela especulação.
A reação negativa dos investidores -- que podem ser chamados de especuladores -- à eleição de Jean Paul Prates tem a ver com o temor de que ele sua diretoria, a ser ainda nomeada, mudarão a política de preços da Petrobras, que hoje é baseada na Paridade do Preço Internacional.
Mas o próprio Prates já disse em entrevistas que, se mudança houver, ela não será feita abruptamente, do dia para a noite.
A queda das ações da Petrobras no pregão de ontem da Bolsa de Valores registrou-se na contramão do mercado internacional, no qual o preço do petróleo teve uma alta forte de 1,60%, sendo o barril, para entrega em março, vendido a US$ 87,50.
Também houve queda forte das ações das empresas de papel e celulose, como as da Suzano, que recuaram 2,93% e as da Klabin, que perderam 0,72% como consequência da decisão do banco JP Morgan, que cortou recomendação para todo o setor.
Se fosse pelo cenário externo, a Bolsa B3 teria fechado em alta, porque ontem surgiram mais boas notícias, duas das quais disseram respeito à forte atividade econômica nos Estados Unidos, cujo PIB no quarto trimestre de 2022 bateu em 2,9%, maior do que os 2,5% esperados pelo mercado, e também à ampliação das expectativas em relação à economia da China.
Tudo isso junto levou as bolsas estrangeiras a fecharem em alta no dia de ontem.
E mais um capítulo da novela causada pelo escândalo da Americanas foi apresentado ontem.
A Justiça de São Paulo determinou a busca e apreensão de e-mails de diretores e de membros do Conselho de Administração que passaram pela empresa nos últimos 10 anos. A decisão da Justiça paulista inclui também funcionários do setor de contabilidade da Americanas.
Acionada pelo Bradesco, um dos grandes credores da empresa, a Justiça de São Paulo quer apurar a desconfiança de que houve fraude na contabilidade da Americanas, em cujas contas foi encontrado um rombo de R$ 20 bilhões, que logo depois saltou para R$ 40 bilhões.
As dívidas da Americanas alcançam a montanha de R$ 43 bilhões.
A empresa de consultoria Ernest & Young será a responsável pela produção das provas periciais nesses e-mails, enquanto a advogada Patrícia Punder fará a perícia investigativa.
O site Infomoney, especializado em economia, revela que o alvo dessas perícias será o executivo Miguel Gutierrez, que durante duas décadas presidiu a Americanas. Também o empresário Carlos Alberto Sicupira, um dos três maiores acionistas da empresa, será objeto dessa perícia.