Mercado anima-se com Promulgação da PEC e com Diretoria do BNDES

A Bolsa de Valores B-3 fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo e o dólar recuou. Boa notícia: nomes para a diretoria do BNDES são do mercado. Hoje, Lula anuncia o seu ministério.

Legenda: Aloízio Mercadante (foto) anunciou nomes do mercado para a diretoria no BNDES, que ele presidirá
Foto: Nelson Almeida / AFP

O mercado financeiro teve ontem um dia calmo: a Bolsa de Valores fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo. Foi uma alta leve, de 0,53%, levando a B3 aos 107.433 pontos. O dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,20, uma queda de 0,07%.

A bolsa brasileira moveu-se empurrada pelas boas notícias procedentes do exterior: as bolsas dos Estados Unidos fecharam em boa alta, enquanto no front interno a aprovação e a promulgação pelo Congresso Nacional da chamada PEC da Transição ajudaram a acalmar o mercado.

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O futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula Silva tem autorização legislativa para gastar R$ 145 bilhões fora da chamada Lei do Teto de Gastos e mais R$ 23 bilhões em investimentos se houver, e vai haver, receitas extraordinárias. Com esse dinheiro, Lula poderá cumprir promessa de campanha de aumentar de R$ 400 para R$ 600 o valor mensal do Bolsa Família, no que gastará cerca de R$ 55 bilhões; poderá conceder, ainda, um auxílio mensal de R$ 150 às famílias beneficiárias que tiverem filhos com menos de seis anos de idade. E, também, manterá o auxílio gás e o programa Farmácia Popular. 

Os recursos que vierem das receitas extraordinárias serão destinados a investimentos em obras.
 
Mas essa medida fura-teto só valerá no próximo exercício de 2023. Se precisar de ser prorrogada para 2024, o governo será obrigado a negociar novamente com o Congresso, que terá nova composição, com a presença maior de deputados e senadores conservadores. Lula, porém, craque na arte de negociar, não terá dificuldade de construir maioria no Parlamento.

O mercado também se tranquilizou com o anúncio do futuro presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, que revelou o nome dos que comporão a sua diretoria, entre os quais estão o do economista Nelson Barbosa, que será responsável pela Diretoria de Planejamento, e o de Tereza Campelo, que será diretora de Desenvolvimento Social. 

Mercadante fez o anúncio durante um almoço com empresários, em São Paulo, quando também anunciou os demais futuros diretores do BNDES, que são os seguintes: 

Alexandre Abreu, ex-presidente do Banco do Brasil, que será diretor Financeiro; Luciana Costa, que hoje preside no Brasil o banco francês de investimentos Natixis, será a diretora de Economia Verde; Natália Dias, que é CDEO do Standard Bank, ocupará a diretoria de Mercado de Capitais; José Luís Gordon, presidente da Emnrapii, será diretor da área de Inovações. 

Foi anunciado, ainda, o nome de Luiz Navarro, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, que ainda não tem área designada no BNDES.

A repercussão do anúncio de Mercadante foi muito positiva: afinal, todos os nomes anunciados são do mercado. 

Mercadante disse aos empresários e, depois, aos jornalistas que o BNDES é responsável hoje por apenas 5% do investimento público. Na sua opinião, isso precisará ser melhorado e é o que ele e sua equipe prometem fazer nos próximos quatro anos.
 
Hoje, quinta-feira, dia 22, o presidente eleito Lula deverá anunciar os nomes dos seus futuros ministros, vários dos quais já foram previamente anunciados, como o da Fazenda, Fernando Haddad. 

O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, eleito senador pelo PT da Bahia, disse ontem aos jornalistas que o governo terá 37 ministérios. Hoje, são 22.

Já foram anunciados pelo próprio presidente eleito os nomes dos futuros ministros da Defesa, José Múcio; da Justiça, Flávio Dino; das Relações Exteriores, Mauro Vieira; Margareth Menezes, da Cultura; e Camilo Santana, da Educação.