M. Dias Branco tem lucro de R$ 216 milhões no 2º trimestre
Resultado é 14% maior do que o registrado em igual período do ano passado. A Receita Líquida bateu a casa de 2,7 bilhões, ou seja, 3,6% a mais do que a 2T24
Foi divulgado na noite desta sexta-feira, 8, o balanço financeiro relativo ao segundo trimestre deste ano da cearense M. Dias Branco, empresa líder do mercado brasileiro de massas e biscoitos. No período abril-maio-junho, a empresa obteve um lucro líquido de R$ 216 milhões, ou seja, 14% a mais do que o registrado no mesmo período de 2024.
A receita líquida alcançou R$ 2,7 bilhões, 3,6% maior do que a do segundo trimestre de 2024. O Ebitda alcançou R$ 345 milhões, 2,4% a mais do que o do mesmo período do ano passado, com margem Ebitda de 12,7%.
A geração de caixa chegou aos $ 416 milhões, isto é, 96,7% a mais do que ado2T24. Detalhe: Caixa líquido de R$ 328 milhões (caixa maior do que a dívida).
Com crescimento nos principais indicadores financeiros, a M. Dias Branco, maior fabricante de massas e biscoitos do país, anuncia os resultados relativos ao segundo trimestre deste ano. O lucro líquido da companhia alcançou R$ 216,4 milhões, com aumento de 14% na comparação com o segundo trimestre do ano passado. Já a receita líquida chegou a R$ 2,7 bilhões no período, 3,6% acima do ano anterior.
“Os excelentes resultados são fruto da estratégia da companhia de crescer de forma sustentável, com rentabilidade”, resume Gustavo Theodozio, vice-presidente de investimentos e controladoria da empresa.
De acordo com o executivo, no 2T25 foram colhidos os frutos das ações estratégicas implantadas nos últimos meses, que englobam: plano comercial claro de crescimento com rentabilidade; evolução e aceleração das capacidades comerciais; reestruturação de despesas e custos; aumento de produtividade fabril e de distribuição; e desenvolvimento de uma cultura ágil.
“Toda a empresa está no espírito de bater metas. Estamos convictos de que os bons números são resultado das ações em curso, alinhadas a nossa estratégia, e da agilidade de nosso time”, afirma o executivo.
Houve crescimento de receita líquida nos três grupos de categorias na comparação com o segundo trimestre de 2024: Produtos Principais, que engloba massas, biscoitos e margarina (+3,3%); Moinhos de Trigo e Refino de Óleos Vegetais (2,7%), impulsionado principalmente pelo novo time de food service; e Adjacências (10,8%). Este último grupo é composto por bolos, snacks, misturas para bolos, torradas, saudáveis, molhos e temperos, mercados nos quais a companhia vem conquistando novas oportunidades de crescimento.
Na comparação trimestre a trimestre (2T25 versus 2T24), houve queda no volume de vendas (-9,8%). “O mercado de biscoito como um todo caiu 3% no período”, explica Theodozio. Além disso, no segundo trimestre do ano passado, a companhia fez a recomposição dos estoques dos clientes após a implantação, no 1T24, do novo sistema de gestão, o “projeto SAP”. “Parte das vendas que seriam feitas no primeiro trimestre aconteceram no segundo, distorcendo a base de comparação”, explica Theodozio, destacando o aumento de receita mesmo com queda em volume.
Entre as mudanças, o executivo destaca a reestruturação comercial, com novas lideranças e uma estrutura focada na eficiência de atendimento aos varejistas, que teve impacto no crescimento de receitas. Além disso, houve um conjunto de iniciativas para melhorar a rentabilidade da companhia e otimização de custos. Como resultado, as despesas administrativas e com vendas caíram significativamente no trimestre (-2,8 pontos percentuais ante o 2T24).
De acordo com Fábio Cefaly, diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores da M. Dias Branco, a normalização do câmbio começa a contribuir para uma melhor administração dos custos com matérias primas, mas isso ainda não se reflete nos resultados anunciados.
No 2T25, os custos foram 7% superiores aos registrados no 2T24, principalmente pela alta do óleo de palma em dólar (+11,3% na média trimestral de mercado) e pela desvalorização do real frente ao dólar. Já o trigo, embora tenha se mantido estável em dólar, também foi impactado pela variação cambial. A única commodity que teve queda de preços no período foi óleo de palma.
“Fizemos o dever de casa. Olhando para frente, estamos bem construtivos. O último trimestre foi um sinal positivo do que ainda está por vir”, finaliza Cefaly.
BONS RESULTADOS FORAM CONSEQUÊNCIA DE AÇÃO ESTRATÉGICA
Esta coluna entrevistou o vice-presidente de Investimentos e Controladoria de M. Duas Branco, Gustavo Theodósio.
O que causou o aumento da receita no segundo trimestre?
"O excelente resultado que tivemos no segundo trimestre deste ano se deve a algumas ações estratégicas sobre as quais temos falado nos últimos meses. Toda a empresa está no espírito de bater metas. No segundo trimestre deste ano a receita líquida alcançou R$ 2,7 bilhões e foi 3,6% superior à registrada no segundo trimestre de 2024. Houve crescimento nos três grupos de categorias: Produtos Principais, Moinhos de Trigo e Refino de Óleos Vegetais e Adjacências. Mas a evolução não foi só em receitas. O lucro líquido cresceu 14% na comparação com o mesmo período do ano passado. Estamos convictos de que tudo isso é resultado das ações em curso, alinhadas a nossa estratégia de crescimento sustentável."
Quais foram as principais ações?
"Tem sido um período muito intenso para nossa equipe, que está empenhada em entregar os melhores produtos aos consumidores, ao mesmo tempo em que precisa entregar resultados aos investidores. Em primeiro lugar, destaco o plano comercial claro de crescimento com rentabilidade, reforçado pelas novas lideranças comerciais e de vendas. Estamos evoluindo e acelerando as capacidades comerciais e nos empenhando a atender cada vez melhor atacadistas e varejistas, ajudando no gerenciamento cada vez mais eficiente de estoques. Também reestruturamos despesas e custos."
Há algum plano em execução para a redução das despesas e otimização da margem?
"Sim, há um conjunto de iniciativas para otimizar custos e melhorar a produtividade. O item que chamamos de SG&A, que são as despesas administrativas e com vendas, caiu significativamente na comparação entre os trimestres, ao mesmo tempo em que as receitas subiam. Hoje temos diminuição de armazenagem externa, aumento da utilização da nossa frota própria e um volume maior sendo entregue da fábrica direto para os clientes, sem passar no centro de distribuição. E, por fim, implementamos um plano para aumentar a produtividade fabril e de distribuição que contribuiu para os bons números. Tenho que agradecer a todo o nosso time pela cultura de trabalho ágil que hoje faz parte da empresa. Essa melhora nos resultados é só um sinal de que as mudanças foram feitas corretamente. Mas acredito que a gente vai começar a ver mesmo o resultado total das mudanças no terceiro e no quarto trimestres."
A maior estabilidade do câmbio contribuiu?
"A normalização do câmbio é um fator importante, mas ainda não impactou os resultados apresentados. No 2T25, os custos foram 7% superiores aos registrados no 2T24, principalmente, pela alta do óleo de palma em Dólar (+11,3% na média trimestral de mercado) e pela desvalorização do real em relação ao dólar. Já o trigo, embora tenha se mantido estável em dólar, também foi impactado pela variação cambial. Na comparação com o 1T25, observamos queda nos preços do óleo de palma e apreciação do real versus dólar. No entanto, esses efeitos positivos ainda não beneficiaram os resultados dada a nossa cobertura de estoque."
A evolução dos grupos de categorias atendeu à expectativa da empresa?
"Pelo crescimento de receita líquida, está claro que a M. Dias Branco se mantém na liderança nacional nas principais categorias. Em Produtos Principais, que engloba massas e biscoitos, em que historicamente somos líderes, além de margarinas, o crescimento de receita foi de 3,3%. Já no grupo Moinhos de Trigo e Refino de Óleos, que engloba farinhas, farelos e gorduras industriais, foi de 2,7%. No grupo Adjacências, que engloba bolos, snacks, misturas para bolos, torradas, saudáveis, molhos e temperos, o salto foi de 10,8%. São negócios novos em mercados ainda não maduros e que crescem aceleradamente. Foi um trimestre de recuperação dos resultados, mas que temos ainda muitas oportunidades pela frente."
Alguma aquisição (ou venda) de ativo no radar da empresa, ou a cena econômica sugere cautela, tendo em vista a novidade tarifária?
"Temos uma área de novos negócios que olha permanentemente o mercado. O que move a empresa a fazer aquisições não é o cenário de curto prazo, seja no Brasil ou no exterior. Olhamos sim oportunidades de longo prazo. Foi assim quando fizemos aquisições importantes, como Vitarella, Piraquê e, mais recentemente, Jasmine, esta última fortalecendo a posição da companhia no mercado de saudáveis, um dos que mais cresce e tem as melhores margens."
As exportações que a empresa vinha fazendo para os EUA prosseguirão com o tarifaço?
"Embora os EUA sejam um mercado importante, nossas exportações estão muito voltadas para América Latina e África, regiões nas quais há grande demanda por massas, biscoitos, farinhas e margarinas."