Lucro de M. Dias Branco cresce 84% e chega a R$ 889 milhões

Empresa cearense, que começou com uma padaria e hoje é uma multinacional, consolida sua liderança no mercado nacional de massas e biscoitos

Legenda: Vista aérea do complexo industrial de M. Dias Branco na margem da BR-116, em Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza
Foto: Divulgação

Foi um ano excepcional – o de 2023 – para a cearense M. Dias Branco, empresa líder do mercado brasileiro de massas e biscoitos, e isto ficou demonstrado no seu balanço financeiro relativo ao exercício passado, publicado ontem ànoite, após o encerramento das operações da Bolsa B3.

Para começar, o Lucro Líquido de M. Dias Branco – que começou com uma padaria e hoje é uma empresa multinacional – foi, no ano passado, 84,5% maior do que o do ano anterior, alcançando a cifra extraordinária de R$ 889 milhões. Somente no quarto trimestre de 2023 (outubro-novembro-dezembro) o lucro chegou à casa de R$ 342 milhões, o que significa 22 vezes o do registrado no mesmo período de 2022..

De acordo com Gustavo Theodozio, vice-presidente de Controladoria, Investimentos e Relações com Investidores de M. Dias Branco, uma série de fatores contribuiu, de forma positiva, para o resultado excepcional da empresa, com destaque para o crescimento de receitas em todas as regiões do País, a recuperação dos volumes de vendas de biscoitos, massas, farinhas e farelo de trigo, a disciplina na gestão de custos e menor pressão de commodities, principalmente trigo e óleo de palma.
 
“Este é o resultado do trabalho árduo de todos os nossos colaboradores para que pudéssemos cumprir à risca os planos de crescimento, excelência e inovação apresentados a todos os acionistas”, disse Theodozio.
 
A Receita Líquida da companhia alcançou R$ 10,84 bilhões em 2023, também um recorde histórico. 

“É o resultado, principalmente, da expansão dos volumes vendidos (+4%) e do preço médio (+2,9%)”, explicou o executivo. 
 
M. Dias Branco tem feito investimentos expressivos em marketing, seja para fortalecimento das principais marcas – Fortaleza, Richester, Vitarella, Piraquê, Adria, Isabela, Jasmine e Finna –  seja para renovação de portfólio e lançamento de produtos inovadores. Somente com produtos lançados nos últimos 24 meses, M. Dias Branco conseguiu um incremento de receita de R$ 299,5 milhões ao longo de 2023.
 
“Nosso portfólio tem marcas e produtos para todas as faixas de renda, mas os de maior valor agregado e maiores margens têm trazido contribuição expressiva ao resultado”, destacou Theodozio. 

Em 2023, esses produtos trouxeram receita complementar de R$ 442,7 milhões. Somente em 2023, foram 55 lançamentos, sendo 17 apenas no quarto trimestre.
 
Ele disse que um dos destaques é a Piraquê, marca adquirida pela M. Dias Branco em 2018, que tem tido crescimento acelerado em itens estratégicos, como cookies e wafers. 

“Com o processo de nacionalização, Piraquê é hoje a segunda maior marca da companhia, atrás apenas de Vitarella, com receita líquida que chegou a R$ 1,2 bilhão no ano passado”, ddisse Fábio Cefaly, diretor de Relações com Investidores e Novos Negócios da empresa.
 
Ele acrescentou que, em massas, categoria em que a empresa também é líder nacional, houve crescimento principalmente nas subcategorias de massa comum e massa com ovos. O destaque é Adria, Top of Mind nacional pelo quarto ano, segundo o Datafolha.
 
“Embora o portfólio com maior valor agregado esteja trazendo contribuições significativas, não estamos descuidando das marcas mais populares. No quarto trimestre de 2023, destacamos o retorno das marcas de baixo preço no canal Cash & Cary, o que foi importante para o crescimento dos volumes nas regiões Norte e Nordeste”, informou Cefaly.
 
Se pelo lado do crescimento da receita a empresa tem cumprido seu plano de negócios, pelo das despesas está sendo feito rigoroso acompanhamento e otimização de custos. Além disso, ao longo do ano passado, os preços das principais commodities utilizadas como matéria-prima por M. Dias Branco (trigo e óleo de palma) apresentaram queda e contribuíram para a recuperação gradual da margem bruta, de 27,1% no primeiro trimestre, para 36,3% no quarto trimestre, com contribuição positiva para os resultados.

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