Itaueira voltará a exportar melão para EUA e Europa

Empresa da família Prado acaba de contratar um especialista no mercado internacional de frutas – é o brasileiro Aryan Schut, de descendência holandesa, que tem relação pessoal com os grandes importadores europeus

Legenda: Caito Prado (C) reunido na Fruit Logistica com importadores europeus. Antigos e fieis clientes da Itaueira, que voltará a exportar melão
Foto: Egídio Serpa

Berlim (Alemanha) Na Fruit Logistica 2024, que NESTA SEXTA-FEIRA, 9, será encerrada, produziram-se boas notícias para a economia do Ceará. Uma delas foi confirmada ontem a esta coluna pelo sócio e diretor da Itaueira Agropecuária, Caito Prado: sua empresa, dentro de dois anos, ou menos, voltará a exportar seu melão Rei para a Europa e os Estados Unidos.

Nos três dias da maior feira mundial da cadeia produtiva de Frutas, Legumes e Verduras (FLV), Caito teve, no estande da Abrafrutas-Brasil, encontros pré-agendados com importadores europeus, todos eles antigos e fiéis clientes da Itaueira.

E para provar que sua informação é para valer, Caito Prado teve o cuidado de apresentar a este colunista o brasileiro Aryan Schut, descendente de holandeses, fluente em inglês, espanhol e alemão, com larga experiência no mercado internacional de FLV. Ele já distribui seu cartão de visita – com o logo da Itaueira – com sua destacada posição: Gerente de Vendas Internacionais, com residência em São Paulo.

A Itaueira exportava normalmente seus melões e melancias para os mercados europeu, canadense e norte-americano. Eles eram produzidos na margem do Canal do Trabalhador, na geografia de Aracati, no Leste do Ceará, área livre da mosca da fruta, quando um lustro de seca deixou sem água a fazenda de produção da empresa.

Diante de um evento imposto pela natureza, decidiu a família Prado seguir cultivando melão e melancia nas suas fazendas do Piauí e da Bahia, cuja produção destina-se exclusivamente ao crescente mercado consumidor brasileiro.

“Mas a ideia de voltar a exportar nossas frutas nunca saiu de nosso planejamento estratégico, e agora estamos caminhando neste sentido”, como explicou Caito Prado, sob o olhar atento e o sorriso de confiança de Aryan Schut.

A área onde a Itaueira Agropecuária voltará a produzir melão e melancia está encravada na geografia do município de Morada Nova, onde também se desenvolve, em alta velocidade, a carcinicultura (criação de camarão), atividade a que se dedica também, no Rio Grande do Norte, a empresa fundada pelo agroindustrial Carlos Prado.

O terreno cearense da Itaueira tem cerca de 3 mil hectares cujo solo, de boa qualidade, está sendo fertilizado e recebendo os cuidados da melhor tecnologia. Ao mesmo tempo, a Enel Distribuição acelera as providências para levar energia elétrica desde sua subestação de Chorozinho até a área da empresa da família Prado, numa distância aproximada de 40 quilômetros.

Essa nova linha de distribuição de energia da Enel é um sonho antigo dos pequenos agropecuaristas de Morada Nova e municípios do seu entorno, que poderão produzir, com qualidade, queijos e outros derivados, incrementando a economia da região  

Ontem à tarde, entre uma reunião e outra, Caito Prado transmitiu a esta coluna a seguinte mensagem:

“Estamos tendo, também, reuniões com alguns fornecedores. Nosso trabalho aqui em Berlim e nas nossas fazendas de produção é contínuo, sempre com o objetivo de melhorar o manejo e os processos das boas práticas agrícolas.

“Hoje estamos dando cada vez mais atenção aos detalhes e buscando tecnologias para regenerar o solo e para produzir bio insumos on-farm” (isto é, dentro da fazenda).

“No nosso caso, o fator humano ainda é indispensável. Nossa equipe passa várias vezes na mesma área cultivada para colher apenas os frutos saborosos. Medimos o brix (teor de açúcar) das frutas, mas o paladar humano é o fator determinante. Assim como numa colheita de uva que produz os melhores vinhos, somente os melhores melões marcamos com a marca Rei.

“Na produção do nosso mel de abelha, é a mesma coisa. Apenas 10% do mel que produzimos recebe a marca Rei.

“Nos últimos anos tivemos muitos problemas climáticos que afetaram nossa produção. O uso de novas tecnologias tem foco, principalmente, na melhoria do sabor dos nossos produtos”.



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