Indústria: Fiec dá medalha a Mário, Deusmar, Tavares e Steinbruch

Acertou na mosca a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) na escolha dos ganhadores da Medalha do Mérito Industrial 2024 – os empresários Mário Araripe, Deusmar Queirós e Lourival Tavares.

E acertou, também, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao conferir a Medalha da Ordem do Mérito Industrial a Ricardo Steinbruch, presidente do Conselho de Administração do Grupo Vicunha, cujas empresas atuam, na área industrial e agrícola neste estado. A homenagem acontecerá no dia 9 de maio, quando a Fiec, celebrará o Dia da Indústria em festa comandada pelo seu presidente, Ricardo Cavalcante.

Vamos por partes, como sugerem os melhores críticos.

Mário Araripe, cearense do Crato, é hoje o mais importante nome brasileiro da área de geração das energias renováveis. Sua empresa, a Casa dos Ventos, é a maior desenvolvedora de projetos de energia eólica no país. Neste e nos próximos dois anos, sob o comando de seu filho Mário, diretor executivo da empresa, a Casa dos Ventos investirá a montanha de R$ 3 bilhões em projetos de energia solar fotovoltaica que gerarão 1,1 GW (gigawatts) em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, e em São Paulo, no Sudeste.

Terça-feira, a Casa dos Ventos, fundada por Mário Araripe em 2007, anunciou seu novo plano estratégico até 2026, o qual prevê investimentos totais de R$ 12 bilhões, parte financiada pelo BNDES e BNB, parte com seus próprios recursos. Do seu capital, faz parte com 30% a gigante multinacional francesa TotalEnergies.

Deusmar Queirós, por sua vez, fundou a portentosa Pague Menos, que hoje é a terceira maior rede varejista farmacêutica do país. É uma empresa de capital aberto, com ações negociadas na Bovespa. Cearense de Amontada, Deusmar Queirós foi quem, no Brasil, transformou a farmácia em drugstore, pontos de venda que, além de medicamentos, comercializam produtos de conveniência – água, sorvete, refrigerantes, água mineral e até telefone celular. Irrequieto e inovador, ele se tornou líder nacional do setor farmacêutico, que hoje opera no melhor padrão dos seus congêneres norte-americanos e europeus.

Inteligente, cuidou cedo de sua sucessão no seio familiar. Hoje, são seus filhos os dirigentes da organização, que segue ampliando sua rede, cujas mais de 1.600 lojas estão presentes em todos os 26 estados brasileiros e mais o Distrito Federal. Em muitas de suas farmácias, já se pratica a telemedicina (ou teleconsulta) por meio da qual se fazem a emissão de laudos, requisição e interpretação de exames e a prescrição digital de medicamentos. Resumindo: Deusmar Queirós é um empresário além do seu tempo.

Lourival Tavares, presidente do Grupo Tavares e da Assunção Ceramista, é outro exemplo de que o melhor do Ceará é o cearense. Meio obediente e meio desobediente do que sugeria o pai, ele ousou um voo solo. E deu certo.

Em 1974, depois de ter experimentado uma promissora carreira de fotógrafo, fundou a Cerâmica Tavares, que progrediu na velocidade do frevo e hoje é uma das maiores e mais valorizadas fabricantes de cerâmica vermelha do país.

Quem conversa com Lourival Tavares recebe uma autêntica aula de vida. Com a maior naturalidade, ele transmite suas ideias e suas experiências. Por exemplo, ele aconselha aos mais jovens: “Se você ganha R$ 10, gaste apenas R$ 8. Vá juntando o que sobra porque o futuro vai cobrar-lhe esse pedacinho, que será um pedação em muito pouco tempo”.

Tavares recebeu do pai uma orientação interessante que costuma repetir a quem interessar possa: “Nunca ande liso” (sem dinheiro no bolso).

Ricardo Steinbruch é o presidente do Conselho de Administração do Grupo Vicunha, que tem no Ceará a Finobrasa Têxtil – com fábrica de tecidos em Maracanaú e Horizonte – e a Finobrasa Agroindustrial (Finoagro), com fazenda de produção de mangas em Quixeré e Beberibe. Ele é, também, o atual presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT).
Steinbruch, que gosta de investir no Ceará, poderá anunciar no ato da entrega da Medalha da Ordem do Mérito Industrial, no dia 9 de maio, no La Maison, a implantação de uma unidade agroindustrial numa cidade do Vale do Jaguaribe. Um investimento que chegará aos R$ 30 milhões e que será feito ainda neste ano.