Outro engenheiro cearense, com pós-graduação e especialização em engenharia de produção e, hoje, mergulhado em projetos de geração de energias renováveis, também pede o anonimato para emitir opiniões a respeito do futuro Hub de Hidrogênio Verde a ser instalado no Complexo do Pecém.
“Água não é e não será problema. A geração de energia verde para mover as usinas de H2V, também não, porque os parques de geração solar custam 50% mais barato do que os de geração eólica offshore’, que, aliás, podem ser já considerados enterrados” (melhor seria dizer afogados), afirma o engenheiro.
Ele acrescenta, porém, o que considera “o calcanhar de Aquiles” desse Hub de H2V:
“O gargalo do Hidrogênio Verde no Pecém será a sua conexão com a rede do Sistema Elétrico Nacional. Hoje, faltam Linhas de Transmissão, e elas demoram a ser construídas. Um gasoduto para transportar (exportar) o Hidrogênio do Nordeste para Sudeste terá de ser analisado ’vis a vis’ com a Linha de Transmissão.”
Bem, são problemas que, nos próximos três anos, podem ser solucionados. Para isto, porém, será necessário e urgente que o Ministério de Minas e Energia, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Empresa de Planejamento Energético (EPE) cuidem da promoção de leilões específicos para a construção das Linhas de Transmissão.
IEL FAZ 50 ANOS OLHANDO O FUTURO
Atuando para aproximar a indústria da Academia por meio de estágios supervisionados, o capítulo cearense do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-CE), orgaismo do Sistema Fiec, está a celebrar seus primeiros 50 anos de atividades.
Criado em 30 de setembro de 1971, assumiu, na atual gestão da Fiec, presidida por Ricardo Cavalcante, um novo posicionamento no mercado, mantendo um olhar cada vez mais voltado às necessidades das empresas e do futuro do setor industrial.
O IEL-Ceará passou por uma intensa transformação e ganhou um grande impulso a partir de um trabalho centrado em soluções que promovem a inovação e a transformação digital nos negócios cearenses, como ressaltou o presidente a Fiec em pronunciamento divulgado pelo YouTube e dirigida ao público interno e externo do IEL.
MBA SOBRE ROCHAS ORNAMENTAIS
E por falar no IEL-Ceará, eis aqui uma informação importante:
Atendendo a uma demanda do Sindicato da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), o Instituto Euvaldo Lodi e o Instituto Brasileiro da Rocha Ornamental (IBRO) acabam de lançar o primeiro MBA sobre Gestão de Rochas nas Obras Civís.
Agora, vem o detalhe interessante: a repercussão foi tamanha, que o curso, que seria presencial e restrito ao Estado do Ceará, teve de ser alterado para online com integração.
Carlos Rubens Alencar, presidente do Simagran, disse a esta coluna que houve uma grande demanda de profissionais de outros estados e, ainda, de Portugal, Itália, Espanha e EUA, o que levará sua entidade a promover um pequeno evento na segunda quinzena deste mês, na Fiec.
“Vamos reunir os líderes de todas as entidades de engenharia, arquitetura e designer de interiores para uma divulgação mundial desse MBA, que é inédito”, explicou Carlos Rubens, adiantando que o curso será ministrado por doutores e pós-doutores.
Ele explicou:
“Esse MBA será uma ação muito importante para as empresas de engenharia e para os arquitetos locais e do exterior, pois os colocará no patamar de informação mais avançado do mundo, pois serão ensinados a como incorporar nos seus projetos os conceitos mais avançados de equalização de normas, que possibilitam a redução de custos, tudo em consonância com os mais avançados critérios de sustentabilidade.”
LAURO CHAVES NO CONGRESSO DE ECONOMIA
Vem aí, de quarta-feira, 8, a sexta-feira, 10, 24º Congresso Brasileiro de Economia. Será 100% pelo modo virtual.
O evento tratará sobre as perspectivas da economia brasileira pós pandemia.
Na quinta-feira, 9, às 11h30, o economista cearense Lauro Chaves Neto, professor doutor da Uece, fará palestra sobre “O Desenvolvimento Territorial como Ferramenta de Redução das Desigualdades Regionais”.
REALIZAÇÕES E DESAFIOS DA UFC
Celebrando dois anos no comando da Universidade Federal do Ceará (UFC), o reitor Cândido Albuquerque e o vice-reitor Glauco Lobo apontam algumas realizações, entre as quais as seguintes:
A digitalização dos processos, desde o SISU (vestibular) até a emissão do diploma; a recuperação dos laboratórios; a implantação do novo complexo esportivo (com pista de atletismo em padrão internaciona); o novo campus de Itapajé; a conexão com a sociedade (a UFC participa como protagonista de alguns dos maiores projetos de infraestrutura do Ceará, como o Hub do Hidrogênio Verde); a integração da Universidade aos critérios EGS (governança ambiental, social e corporativa); e todo o foco na tecnologia para facilitar e acelerar sua internacionalização.
Há desafios à frente, entre os quais estes: a transição para o retorno das aulas presenciais; hora de cuidar da saúde mental; otimização do seu Complexo Hospitalar na luta contra o coronavírus; amparar os estudantes vulneráveis; tornar mais acessível a UFC; e construção de uma nova política de cultura.
A QUESTÃO DOS PRECATÓRIOS
Atenção para o comentário que os economistas Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro, Débora Nogueira e Leonardo Costa, da Asa Investments, encaminharam neste fim de semana para os seus clientes:
“Em comentários recentes, tecemos críticas à PEC dos Precatórios por afetar a credibilidade do governo, a segurança jurídica e interferir na independência do Judiciário.
“Não bastasse a proposta enviada pelo Executivo, tivemos o surgimento da ‘Solução CNJ’ (Conselho Nacional de Justiça), que é ainda pior do que a PEC do governo.
“A criação do sublimite geraria um acúmulo crescente de dívida, com a postergação de um passivo elevado para os anos seguintes e que tem um horizonte impreciso para o seu pagamento.
“Além de configurar um calote e abrir um espaço artificial no Teto de Gastos, a solução proposta pelo CNJ traz um grande risco jurídico que vai na contramão do fortalecimento institucional do equilíbrio dos poderes e apresenta consequências danosas para o futuro.
“Mantemos a visão de que a exclusão dos precatórios do Teto de Gastos é a melhor solução dentro de um contexto de maior rigidez do mesmo”.
Esses precatórios são um esqueleto de mais ou menos R$ 90 bilhões, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz não ter o Tesouro Nacional condição de pagar, a não ser ao longo dos próximos 10 anos.
Guedes já chegou a dizer que, se o governo for mesmo obrigado a pagar esses R$ 90 bilhões de uma só vez, faltará dinheiro, em 2022, para pagar o funcionalismo público.