Em Fato Relevante, divulgado aos primeiros minutos deste domingo, o Hapvida, com sede em Fortaleza, e a Notre Dame Intermédica comunicaram aos seus acionistas e ao mercado que celebraram um Acordo de Associação, por meio do qual foram estabelecidos os termos e condições para a implementação da combinação dos negócios das duas corporações.
Dessa combinação – que será apreciada nos próximos 30 dias pelas assembleias-gerais extraordinárias do Hapvida e da Notre Dame - resultará a criação de uma das maiores empresas provedoras de soluções de saúde verticalizadas do mundo.
Será, ainda, uma das maiores empresas da bolsa B3. Seu valor de mercado é calculado, hoje, em R$ 120 bilhões.
Diz o Fato Relevante:
“A combinação de negócios entre as Companhias baseia-se em fundamentos estratégicos como a possibilidade de (i) integração da vasta gama de produtos, estruturas hospitalares, recursos e soluções de saúde a benefícios dos seus clientes; (ii) redução dos custos operacionais por meio do compartilhamento das melhores práticas e otimização dos processos da Companhia Combinada; (iii) aproveitamento de potenciais sinergias decorrentes da complementariedade geográfica de atuação das duas Companhias; (iv) consolidação das bases acionárias da GNDI e da Hapvida, com aumento da liquidez dos papeis da Companhia Combinada; e (v) potencial de valorização da cotação das ações da Companhia Combinada na B3, por todos os fatores aqui elencados.”
A Companhia Combinada, que nascerá dessa fusão de negócios, terá dois co-CEOs, Irlau Machado Filho, pela Notre Dame, e Jorge Pinheiro, pelo Hapvida.
Estima-se que os custos para consumação da Operação serão de, aproximadamente, R$116 milhões, incluindo custos assessoria financeira, avaliações e assessoria jurídica para implementação da Operação, publicações e demais despesas relacionadas.
Um trecho importante do Fato Relevante que merece ser destacado é o seguinte:
“Na forma do Acordo, as Companhias não vislumbram riscos significativos decorrentes da consumação da Operação, sendo que seu sucesso dependerá, principalmente, da possibilidade de a Companhia Combinada aproveitar futuras oportunidades de crescimento e economias de escala resultantes da combinação dos negócios pretendida.
“O principal fator de risco vislumbrado refere-se à aprovação da Operação pelos órgãos regulatórios aplicáveis.
“A Hapvida e a GNDI operam e, até a consumação da Operação continuarão a operar, de forma independente, nos termos da Lei. As administrações das Companhias enfrentarão desafios importantes para integração das organizações, de seus processos e operações de forma sistematizada, otimizada, rápida e eficiente, assim como para retenção de pessoal, muito embora planejem organizar todos esses processos de forma transparente e profissional, após a obtenção das autorizações dos órgãos reguladores.
“A integração das Companhias será complexa e, portanto, exigirá um investimento de tempo razoável das administrações de ambas as Companhias que terão que dedicar recursos e esforços para sua implementação.”
A Hapvida contratou a Apsis Consultoria e Avaliações Ltda., para avaliar o valor econômico das ações da GNDI a serem incorporadas pela HapvidaCo, na data-base de 30 de setembro de 2020. E contratou, também, a KPMG Auditores Independentes, que emitirá relatório de asseguração razoável sobre as informações financeiras pro forma na Data Base para a Companhia Combinada.
Para mostrar o complexo processo de fusão das duas grandes empresas, esta coluna publica, a seguir, o trecho do Fato Relevante que é indicador dessa complexidade:
“O Banco BTG Pactual e o Banco Itaú BBA atuaram como assessores financeiros da Hapvida, e o Banco J.P. Morgan e o Banco Citi atuaram como assessores financeiros da GNDI. Os escritórios de advocacia Pinheiro Neto Advogados e Madrona Advogados atuaram como assessores legais da Hapvida, e os escritórios de advocacia Souza, Mello e Torres Sociedade de Advogados (negociação e coordenação geral), Lefosse Advogados (mercado de capitais) e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados (tributação e remuneração e incentivos) atuaram pela GNDI.”