Grafeno cearense reduzirá peso de pá eólica no Pecém
Uma empresa paulista, interessada na Troller, quer produzir grafeno, extraído da grafita que existe no solo de Aracoiaba e no Baixo Jaguaribe. E mais: 1) Pequena indústria começa a exportar roupas; 2) Alunos sem aula, a tragédia; 3) BNB atende pauta da agropecuária
Para o engenheiro Maia Júnior, secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do Governo do Estado, o setor das energias renováveis registra crescimento nos investimentos privados no Ceará, que serão ainda mais robustos, no curto prazo, com a implantação das usinas eólicas “offshore” (dentro do mar) já programadas para o litoral do Pecém e de Camocim e em processo de análise nos organismos responsáveis pelo licenciamento ambiental.
Segundo o secretário Maia Júnior, executivos de um grupo industrial paulista, interessado em comprar a fábrica da Troller, que a Ford decidiu manter em operação até dezembro deste ano em Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, já se reuniram com a direção da CIPP S/A.
Nessa reunião, tratou-se da possibilidade de a Troller ser reinstalada na ZPE do Pecém, onde produziria, além de novos modelos do jipe, também carros elétricos e, ainda, o grafeno, um mineral extraído da grafita, que existe no solo de Aracoiaba, no entorno do Maciço de Baturité, e em municípios do Baixo Jaguaribe.
O grafeno poderá ser usado na fabricação de ligas de aço para torres eólicas, bem mais leve do que o aço e 100 vezes mais resistente, o que agregaria valor ao equipamento.
O mineral seria, também, utilizado na fabricação das membranas necessárias ao processo de dessalinização da água do mar, algo que, igualmente, promete mudar o perfil industrial cearense nos próximos cinco anos.
“O Ceará pode estar encontrando agora as bases de sua nova economia”, comenta, entusiasmado, o secretário Maia Júnior.
COVID MULTIPLICA E-COMMERCE NA CHINA
Nesta semana, pelo modo virtual, realizou-se a anual PMA Global Retail Week, uma feira que reúne os grandes varejistas mundiais de Frutas, Legumes e Verduras (FLV).
Numa das palestras da programação técnica do evento, a China e seu gigantesco mercado de FLV foram tema de palestra e debates, ao longo dos quais foi revelado, entre outras coisas, a seguinte:
O faturamento do varejo de produtos frescos na China chegou, em 2020, à casa dos US$ 407 bilhões, representado US$ 291 “per capita”.
Nos mercados tradicionais chineses (não se trata de supermercados), registram-se 48% das transações do varejo de FLV.
Na China, a Covid multiplicou o e-commerce também para a venda de produtos frescos, que ganharam as mais importantes redes digitais do país, como Alibaba, JD.com e Pinduoduo e, ainda, as mídias digitais e as startups, além das gigantes do mercado como WalMart e YH.
ENERGIA SOLAR: SEGUE A GUERRA DOS “LOBBIES”
Está dividido ao meio o universo brasileiro das empresas que atuam no mercado da fabricação, da instalação, da geração e da distribuição da energia solar fotovoltaica.
Há “lobbies” para todos os gostos. Ontem, esta coluna recebeu um “release” em que está dito que a energia solar pode aliviar a crise hídrica no setor elétrico e abreviar os riscos de racionamento.
Seria verdade se, hoje, agora, neste momento, os parques de geração solar já instalados e em operação no Brasil fossem mesmo suficientes para evitar o funcionamento das poluidoras usinas termelétricas, movidas a combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o óleo diesel, ambos altamente poluentes.
Há centenas de micro, pequenos, médios e grandes projetos de geração solar fotovoltaica em instalação no país, mas essa instalação demandará dois, três, quatro anos até que sejam concluídas e entrem em operação.
E, para que operem, esses projetos precisarão, também, de linhas de transmissão, e estas não existem na quantidade necessária, carecendo, igualmente, de tempo para a sua implantação.
E, ainda, necessitarão de equipamentos e insumos que, pela alta demanda mundial, não existem para pronta entrega.
É por estes e outros motivos que o Operador Nacional do Sistema (ONS) autorizou o funcionamento das usinas termelétricas, incluindo as cearenses Pecém-1 e Pecém-1, que consomem carvão mineral, combustível cujo uso os países da Europa já proibiram.
Os lobbies instalados e em franca atividade no Congresso Nacional defendem interesses bem localizados, entre os quais o dos fabricantes de equipamentos, que querem prorrogar, por mais 20 anos, um incentivo fiscal criado pela Aneel e cuja vigência foi extinta em 2015.
SEBRAE LANÇA O “CONTADOR PARCEIRO”
Segunda-feira, 14, às 17h, o Conselho Regional de Contabilidade (CRC/CE) lançará o Programa “Contador Parceiro”, fruto da união do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Objetivo do programa: capacitar os profissionais da contabilidade nas áreas de gestão, empreendedorismo e inovação. O lançamento será transmitido no canal do CRCCE no Youtube.
De âmbito nacional, o programa será composto por uma formação online gratuita de 13 módulos que, agrupados em quatro blocos sequenciais, abordarão conteúdos sobre tendências de mercado, liderança, estratégias, empreendedorismo, diagnóstico, consultoria, sustentabilidade, tecnologia e inovação.
PEQUENA INDÚSTRIA DE ROUPAS COMEÇA A EXPORTAR
Empresa industrial associada ao Sindroupas-Ceará, a Vest, que há 35 anos atua no setor de confecções masculinas, fechou nesta semana a exportação de camisas temáticas para países da região do Caribe.
É resultado do esforço conjunto que fazem o Sindroupas, o Governo do Estado e a Fiec para encorajar empresas confeccionistas de pequeno porte a vender para o exterior.
“Diante do quadro atual de dificuldades e enquanto não se equilibra o mercado interno, a abertura de mercados externos é importante para equilibrar a receita das empresas”, comenta o diretor da Vest, José Wagner Ricarte.
Por sua vez, a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiec, Karina Frota, revela que a Vest participou de rodadas de negócios internacionais, preparando-se para exportar, o que agora acontece.
BNB RECEBE PAUTA DO EPROCE
Romildo Rolim, presidente do Banco do Nordeste, reuniu-se ontem com o coordenador do Eproce – Encontro de Produtores Rurais do Ceará, Amílcar Silveira, com quem tratou de uma pauta de reivindicações do agronegócio.
As duas partes acertaram uma agenda de eventos, o primeiro dos quais será no próximo dia 28: uma “live” de dirigentes e técnicos do BNB com agropecuaristas do Ceará.
No dia 2 de julho, o presidente do Banco do Nordeste visitará empreendimentos da agricultura irrigada na Chapada do Apodi e, no dia 9 do mesmo mês, a visita será à região do Cariri, com almoço com agropecuaristas em Juazeiro do Norte.
PANDEMIA: ALUNOS SEM AULA, EIS A TRAGÉDIA
No segundo semestre, o Brasil acelerará a vacinação de sua população, em consequência do que a atividade do setor de serviços, o mais duramente castigado pelo isolamento social causado pela pandemia da Covid-19, tenderá a retomar sua vida normal, reabrindo milhares de postos de trabalho.
Com o serviço reanimado, ressuscitarão as atividades da cadeia do turismo, incluindo as agências de viagem, com o que a rede hoteleira, os bares, os restaurantes, as praias se encherão de gente, pois as empresas de aviação reabrirão toda a sua malha de voos – esta é expectativa, se, realmente, a vacinação em massa acontecer.
É o setor de serviço o que mais dá emprego no Brasil.
Mas há algo que preocupa, e muito: o setor da educação, que praticamente está paralisado há um ano e meio. As escolas públicas seguem fechadas. Se o ensino a distância, opção assumida pelas escolas privadas, deixa muito a desejar, imagine o que não se passa com as crianças e adolescentes, alunos do ensino público. Serão dois anos perdidos.
Aqui está um dos graves problemas sociais que deixará a pandemia, além de sua trágica estatística – por enquanto, aproximando-se dos 500 mil óbitos no país.
Os historiadores terão muito serviço pela frente para explicar por que a criança e o adolescente brasileiros da escola pública e privada passaram tanto tempo longe das salas de aula.
PETROBRAS COMPRA PLATAFORMA DE PETRÓLEO
Por US$ 2,3 bilhões, a Petrobras encomendou ao consórcio integrado pela Saipem, subsidiária da italiana Eni, e pela sul-coreana DSME, uma plataforma depetróleo que extrairá do pré-sal, na Bacia de Santos, 180 mil barris de óleo por dia.
Em comunicado ao mercado, divulgado na noite de ontem, a Petrobras informa que a plataforma, que terá dimensões gigantescas, será entregue e operará em 2025 na área de Búzios.
Pelo contrato assinado com o consórcio, 25% dos componentes da plataforma terão de ser nacionais brasileiros.