Faec quer Ceará livre da Febre Aftosa sem vacinação

Campanha será lançada segunda-feira, 25, mobilizando todos os pecuaristas do estado. E Mais: 1) Colombiano cria garoupa em cativeiro no Ceará; 2) Energia na Fiec; 3) Os números da chuva em 2022

Legenda: Federação da Agricultura quer tornar o Ceará zona livre da febre aftosa sem vacinação
Foto: Arquivo / Diário do Nordeste

Na próxima segunda-feira, 25, a Federação da Agricultura do Ceará (Faec) lançará às 8 horas, em sua sede, na Avenida Eduardo Girão, 317, no Jardim América, uma campanha no sentido de levar o Estado do Ceará a conquistar o status de Zona Livre da Febre Aftosa Sem Vacinação. 

Por enquanto, o Ceará já é um estado Livre da Febre Aftosa com Vacinação, mas o presidente da Faec, Amílcar Silveira considera que, pela qualidade do rebanho bovino e, mais ainda, pela determinação dos pecuaristas cearenses, “será possível mudarmos para melhor o padrão da nossa pecuária, elevando-a à categoria dos estados que já estão livre da aftosa sem vacinação”.

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Para Amílcar Silveira, não será difícil alcançar esse objetivo, pois nessa direção “já estão marchando todos os sindicatos rurais associados à Faec, ao mesmo tempo em que os técnicos do Senar-Ceará (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) estão, nas fazendas de criação, a transmitir ensinamentos de como cuidar mais e melhor do rebanho bovino, antecipando providências ligadas às boas práticas da pecuária”.

Os grandes criadores e produtores de leite, como Luiz Girão, fundador da Betânia Lácteos e dono da Fazenda Flor da Serra, uma das três maiores produtoras de leite do Ceará (as outras duas são o Grupo Edson Queiroz e a Cialne), já prometeram adesão à campanha, cujos detalhes, incluindo um plano de divulgação, serão anunciados no dia 25, durante café da manhã na sede da Faec.  

ESTAÇÃO DAS CHUVAS 2022: DO EXCELENTE AO SOFRÍVEL 

Por meio da Funceme, a ciência que estuda os fenômenos do clima emite boas notícias para o Ceará: o La Niña segue atuante entre a parte Oriental da América Latina e o Pacífico Central. 

Isto quer dizer que, pelo menos até o próximo mês de novembro, poderão ocorrer chuvas isoladas em determinadas regiões do Nordeste, ao mesmo tempo em que, no Sul e Sudeste do país, essas precipitações deverão ser escassas. 

Não é possível agora, porém, prever se esse quadro perdurará de dezembro deste ano até março de 2023. 

Estas informações foram transmitidas ontem pelo presidente da Funceme, engenheiro Eduardo Martins, a um grupo de empresários da indústria e da agropecuária com os quais se reuniu no meio do dia.

O auditório ficou mais alegre, ainda, quando Eduardo Martins detalhou como foi a temporada de chuvas deste 2022 no Ceará. 

“Foi excelente na Região Metropolitana de Fortaleza, foi muito boa nas regiões do Coreaú e do Baixo Jaguaribe, foi boa na região do Salgado, mas foi sofrível no Sertão Central”, disse o presidente da Funceme, mostrando números.

De fevereiro a maio, a média de chuvas no Ceará alcançou 612,2 milímetros. Mas Região Metropolitana de Fortaleza, de fevereiro a maio, a pluviometria média chegou aos 961,6 milímetros, ou seja, cerca de 40% a mais do que a média estadual. Por isto mesmo, sangraram todos os açudes que abastecem a Região Metropolitana – Pacajus, Pacoti, Riachão, Gavião, Acarape, Aracoiaba e Maranguapinho.

Nesse mesmo período, as chuvas na região do rio Salgado, que despeja suas águas no Castanhão, bateram a marca de 609 milímetros; no Baixo Jaguaribe, 730 milímetros; no Alto Jaguaribe (onde estão Tauá e Arneiroz, por exemplo), 473 milímetros.

Resumindo: as chuvas deste ano recarregaram os pequenos e grandes açudes do Ceará, que hoje acumulam 5,07 bilhões de m³ de água, volume raquítico diante da capacidade total de represamento do Estado, que é de 18,7 bilhões de m³, incluindo 1 bilhão de m³ correspondentes à Região Metropolitana de Fortaleza. 

Isto significa dizer que o sistema de represas que abastecem a capital cearense garantirá o abastecimento neste e no próximo ano. 

ENERGIA: MERCADO LIVRE EM DEBATE NA FIEC

Quinta-feira, 21, às 17 horas, será realizada no Observatório da Indústria, na Fiec, a 18ª edição do Energia em Pauta, evento mensal promovido pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços Elétricos do Estado Ceará (Sindienergia-CE) em parceria com a Federação das Indústrias e o Sebrae.

O tema ser abordado será “Abertura do Setor Elétrico para o Mercado Livre – PL 414/21”. 

O debate será transmitido ao vivo, diretamente do Observatório da Indústria para o público interessado, através do canal do Sindienergia no YouTube.

Serão expositores Galdino Lamas de Barros, assessor da presidência da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e o deputado federal cearense Danilo Forte, presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis. 

O moderador será Filipe Souza, gerente de Geração da Kroma Energia, empresa associada ao Sindienergia, que atua na gestão estratégica orientada para o Mercado Livre de energia.

Considerado o “Novo Marco Regulatório do Setor Elétrico”, o PL 414/2021, que tramita no Congresso Nacional, tem a perspectiva de alavancar novos investimentos, acelerar a transição energética e potencializar a inovação e o desenvolvimento tecnológico do setor, tornando o acesso ao Mercado Livre de energia mais democrático.

Isso porque, diferentemente do mercado regulado, onde a energia elétrica que é distribuída aos consumidores cativos tem preços regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no Mercado Livre a negociação dos valores cobrados pela energia se dá sem intermediação entre comercializadoras e consumidores.
 
O acesso a essa modalidade hoje, no entanto, é limitado aos clientes da alta tensão. 

COLOMBIANO CRIA GAROUPA EM CATIVEIRO NO CEARÁ

Uma informação curta, mas muito interessante: o empresário colombiano Andrés Escobar, que já produz camarão em Paraipaba, no Litoral Norte do Ceará, anunciou ontem para um grupo de agropecuaristas que começou a produzir, em cativeiro, alevinos de garoupa, um peixe marinho.

Ele informou que sua fazenda de Paraipaba já tem 200 hectares de viveiros cheios de água doce produzindo camarão. E revelou que a produção dos alevinos, ou seja, de filhotes de garoupa está sendo feita em tanques cheios de água do mar. Sua fazenda fica a poucos metros da praia.

Andrés Escobar antecipou que produzirá garoupa de um quilograma de peso, para atender à demanda de restaurantes. Uma garoupa de um quilo serve dois pratos, isto é, alimenta duas pessoas.