Atenção! Já entrou no radar da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) o projeto – prometido no dia da inauguração de sua usina, em junho de 2016 – de instalação de uma laminadora para a fabricação de aços planos.
Esta informação, transmitida à coluna por uma fonte ligada à CSP, vem com a explicação de que, por causa da guerra na Ucrânia e das sanções econômicas que os EUA e a União Europeia impuseram à Rússia, a produção de aço no mundo foi reduzida. Assim, há e haverá uma demanda crescente a ser atendida.
“A decisão de construir essa unidade de laminação ainda não foi tomada, mas são grandes as possibilidades de que isso venha acontecer ao longo deste ou do próximo do ano”, revelou a mesma fonte.
Essa possibilidade, porém, tornar-se-á realidade se, e quando, o governo do Ceará obtiver êxito nas negociações que vem mantendo com uma grande montadora mundial, fabricante de ônibus elétricos.
A fonte explicou que o secretário do Desenvolvimento Econômico, Maia Júnior, se reuniu fisicamente, há pouco mais de uma semana, em São Paulo, com representantes dessa montadora, cujo nome, por cláusula de confidencialidade, será mantido sob sigilo até o final das tratativas.
A fonte acrescentou um detalhe relevante:
“A CSP impôs uma condição ao governo cearense para construir a unidade de produção de aços laminados na sua usina siderúrgica: a garantia de implantação de uma montadora de veículos no Pecém. É nesse sentido que se desenvolve todo o esforço do governo cearense e, principalmente, de seu secretário do Desenvolvimento Econômico”.
Tem mais: com a laminadora instalada e em operação, a CSP abriria a chance de criação, no Ceará, de um Polo Metal Mecânico, beneficiando, principalmente, indústrias que fabricam os produtos a chamada linha branca – refrigeradores, fogões, máquinas de lavar etc.
Da CSP chega outra boa notícia! Ela aumentará, agora, isto é, a partir do segundo trimestre deste ano, a sua produção de placas de aço. O motivo é o mesmo: a guerra entre Rússia e Ucrânia, que são dois grandes fabricantes e exportadores de aço.
Sem ter como exportar seu aço para os tradicionais clientes europeus por força das sanções econômicas, russos e ucranianos em conflito perdem mercado, que, automaticamente, começa a ser ocupado por outros produtores e fornecedores, como o Brasil, por exemplo.
A usina da CSP no Pecém fabrica, por ano, cerca de 2,8 milhões de toneladas de placas de aço, que são exportadas para cerca de 30 países, entre os quais os Estados Unidos.
Infelizmente, a empresa – que tem como sócios a brasileira Vale e as coreanas Dongkuk e Posco – não agrega valor ao aço que produz em forma de placas, algo que é feito pelas siderúrgicas importadoras, que compram placas por um xis, transformam-nas em bobinas de aço e as vendem por três xis.
É o mesmo que acontece com o mármore e o granito cearenses, considerados os mais belos do mundo, a ponto de estarem presentes em grandes monumentos públicos e privados em várias cidades do mundo, entre os quais o maravilhoso Aeroporto Internacional de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
SOBRADINHO VAI VERTER NA SEXTA-FEIRA
Acredite, porque é vero e oficial! A barragem de Sobradinho, maior açude do Nordeste, verterá na próxima sexta-feira, 1º de abril, quando alcançará sua capacidade total, que é de 32 bilhões de metros cúbicos de água.
Hoje, segundo nota divulgada ontem pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), que a administra, a barragem de Sobradinho acumula o equivalente a 99,40% de seu volume total.
A última vez que Sobradinho verteu foi em 2004, quando também verteu – pela primeira vez – a barragem do açude Castanhão. Naquele ano, Sobradinho eixou vazou pelo seu vertedouro 15 mil metros cúbicos por segundo, que adoçaram o mar em sua foz, entre Sergipe e Alagoas.
De acordo com a nota da Chesf, quando verter, daqui a três dias, Sobradinho deixará vazar 3 mil metros cúbicos por segundo. Este é o lado bom desta notícia.
Há o lado ruim, que é este: a Agência Nacional de Águas (ANA) ainda não autorizou a ampliação a outorga de água para os canais Norte e Leste do Projeto São Francisco de Integração de Bacias, que hoje é limitado a apenas 26 metros cúbicos por segundo, divididos meio a meio pelos dois canais.
O Projeto São Francisco, pela Lei que o criou, pode captar, quando Sobradinho estiver vertendo, até 100 metros cúbicos por segundo. Ora, a ANA já deveria ter anunciado a ampliação dessa outorga, tendo em vista que, hoje, há mais afluência do que defluência na barragem de Sobradinho.
Eis uma questão que tem de ser encaminhado pela pressão política dos governadores e das bancadas federais de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
LUCRO DA CHESF É O MAIOR DA HISTÓRIA
No ano passado, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) registrou o maior lucro de sua história: R$ 5,5 bilhões, 159% maior do que o obtido no exercício anterior de 2020.
Como principais destaques que contribuíram para o resultado alcançado no período, há o reconhecimento de verbas indenizatórias dos ativos de transmissão, chamadas de Rede Básica do Sistema Elétrico (RBSE), que representou R$ 2,9 bilhões, ou 52,7% do lucro líquido.
Também contribuiu a repactuação do risco hidrológico, que apresentou resultado de R$ 291 milhões, 5,2% do lucro líquido.
A Chesf fechou 2021 com um dos maiores investimentos na expansão do sistema elétrico – R$ 1 bilhão, valor 73,7% superior ao de 2020, sendo R$ 738 milhões em obras do sistema de transmissão, R$ 186 milhões em geração de energia e R$ 141 milhões na infraestrutura.
CASA DOS VENTOS APLICA R$ 7 MILHÕES EM PROJETOS SOCIAIS
Empresa brasileira de energias renováveis, a Casa dos Ventos, controlada pelo cearense Mário Araripe, destinou cerca de R$ 7 milhões a projetos sociais e ambientais no ano de 2021.
Os recursos concentraram-se na Região Nordeste do Brasil, onde estão localizados os projetos da empresa.
As iniciativas a que se destinam estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e permeiam toda a estratégia e os processos da Casa dos Ventos.
Entre as diversas ações, destacam-se as de apoio ao combate à Covid-19, campanhas de promoção à saúde e à educação e preservação e manutenção da fauna e da flora.
Segundo Lucas Araripe, diretor de Novos Negócios da Casa dos Ventos, “o investimento em ações sociais e ambientais no entorno de nossos parques eólicos é mais uma forma de gerar impacto positivo a essas comunidades, sempre considerando suas principais vocações e, também, suas lacunas”.