Mais um dia ruim para a Bolsa de Valores brasileira B3, que fechou ontem novamente em queda de 0,15%, aos 130.648 pontos. O dólar, por sua vez, encerrou o dia cotado a R$ 4,87, com um recuo de 0,34%.
Na Bolsa, os investidores não gostaram do índice de inflação do último mês de dezembro, que foi de 0,56%, bem mais do que o 0,48% esperado pelo mercado. Com esse percentual, a inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA do IBGE, encerrou 2023 na casa de 4,62%, maior do que os 4,54% previstos pelo mercado.
Economistas estão a dizer que esse resultado deverá levar o Comitê de Política Monetária do Banco Central a descartar qualquer aceleração na redução da taxa básica de juros Selic, que, na próxima reunião do Copom, deverá cair só mais meio ponto percentual.
Os itens de alimentação, transporte e habitação puxaram para cima o IPCA de dezembro, influindo diretamente no resultado inflacionário de todo o ano passado.
Os alimentos, principalmente frutas, legumes e verduras, subiram por causa do excesso de chuvas nas regiões Sul e Sudeste.
O setor de transporte teve inflação maior em dezembro por causa do aumento do preço das passagens aéreas.
E a inflação mais alta no setor de habitação, em dezembro, foi motivada pelos aumentos dos preços de energia elétrica e das taxas de água e esgoto.
E por falar em inflação: a vizinha Argentina fechou o ano de 2023 com a maior inflação do mundo: 211%, superior à da Venezuela.
Nos Estados Unidos, o índice de inflação de dezembro foi de 0,3%, um pouco acima do 0,2% esperado mercado. A inflação norte-americana de todo o ano de 2023 fechou em 3,4%, mais alta do que a expectativa do mercado, que era de 3,2%.
Para encerrar: o ministério da Fazenda estuda a possibilidade de cobrar Imposto de Importação de mercadorias importadas pelo valor de até US$ 50. Essas mercadorias, que são compradas pela internet, principalmente de empresas chinesas, estão hoje isentas de tributação, provocando o protesto dos varejistas brasileiros.
É com essa medida que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera compensar a recente decisão do governo, baixada por Medida Provisória, de reonerar a folha de pagamento de empresas de 17 setores da economia.
No fim do ano passado de 2023, o presidente Lula vetou totalmente decisão do Congresso Nacional, que desonerou a folha de pessoal das empresas. O veto de Lula foi rejeitado pelos senadores e deputados, levando o presidente da Repúblçica, por sugestão do ministro da Fazenda, a editar Medida Provisória, reonerando a folha de pagamento das empresas. Agora, a saída para esse imbróglio parece que virá com a taxação dos produtos importados de até US$ 50, hoje comprados sem a incidência de qualquer imposto.