Atenção! Apertem os cintos, pois os juros subirão 4ª feira

O Comitê de Política Monetária do Banco Central deverá começar um ciclo de alta da taxa básica Selic como medida para combater a inflação, que dá sinais de descontrole. A culpa é dos altos preços dos combustíveis.

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(Atualizado às 06:30)

Começará amanhã e terminará no dia seguinte mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central.

E 100% das apostas dos economistas e dos operadores do mercado financeiro indicam: o juro básico Selic, que hoje está em 2% ao ano, subirá. 

Há quem aposte numa subida de 0,25% – a maioria, outros que indicam uma elevação de 0,50% e mais outros – a minoria – que preveem um salto de 1%. 

O objetivo, segundo o discurso do mercado, é encarar a inflação, que já emite sinais de descontrole. 

Ora, se a população está consumindo menos (é só examinar o comportamento do varejo, cujas vendas caem) e se há mais oferta do que procura, por que os preços sobem? 

Aí, todos os olhares se voltam para a Petrobras, que, somente neste ano de 2021, já aumentou em 52% o preço da gasolina e em 42% o do óleo diesel. 

É o diesel que move os caminhões e os trens que transportam o que a agropecuária e a indústria produzem. 

Se sobe o preço do combustível, sobe imediatamente o do frete rodoviário e ferroviário, o que, natural e automaticamente, provoca o repasse desse custo para o consumidor. 

Mas a inflação também sobe por causa do câmbio, que explodiu nos últimos dois meses. 

O trigo do pão, da bolacha e do macarrão é importado em dólar; os princípios ativos dos medicamentos usados pela indústria farmacêutica nacional, também; os fertilizantes da agricultura, idem. 

Para agravar o quadro, há o problema fiscal, que se alarga com decisões equivocadas do Parlamento, como a da última quinta-feira, quando a Câmara dos Deputados acrescentou na proposta de recriação do Auxílio Emergencial uma emenda que permite, mesmo nesta pandemia, que algumas categorias do funcionalismo da União tenham progressão de carreira e aumento de vencimentos e de gratificações, algo que, em países minimamente sérios, seria considerado um absurdo. 

No Brasil, cuja estrutura da administração pública é dominada pelas diferentes corporações dos servidores, aí incluídos os juízes e ministros dos tribunais superiores, trata-se apenas de um evento absolutamente dentro da normalidade, mas claramente fora da legalidade, o que é lamentável. 

O Brasil tem impostos de Primeiro Mundo, mas seus governos federal, estaduais e municipais entregam serviços públicos de Terceiro Mundo e de quinta categoria.

DOCE MEL

Maior distribuidora nordestina – e uma das maiores do país – de frutas, legumes e verduras, a paraibana Doce Mel – liderada pelo seu fundador Roberto Cavalcante e dirigida pelos seus filhos –  abriu, sem qualquer alarde, seu Centro de Distribuição no Ceará. 

Ele está localizado na BR-116, em Fortaleza, e dá emprego direto a 70 pessoas. 

Ontem, falando a esta coluna, Roberto Cavalcante Júnior, sócio e diretor da Doce Mel, anunciou que outro CD da empresa está sendo construído em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. 

Em tempo: além de distribuir, a empresa também exporta abacaxi, mamão e outras frutas que produz em suas fazendas no interior paraibano.
 
UNIMED

Presidente da Federação das Unimeds do Ceará, Darival Bringel, que idealizou e construiu o Hospital Regional da Unimed, manda mensagem a esta coluna, anunciando que sua missão é montar e colocar em operação, no Estado, “uma excelente rede de unidades de saúde”. 

Uma delas já ficou pronta, funciona e está sendo ampliada – o Hospital Vale do Jaguaribe, em Limoeiro do Norte.

Darival Bringel enumera mais ações da Federação das Unimeds no Ceará:  

1) Começou a construir o Hospital de Iguatu; 2) A Policlínica de Pecém, recentemente construída, está em funcionamento; 3) Está acelerada a construção da Policlínica de Tianguá; 4) Adquiriu um terreno na cidade de Crateús, onde será construído um hospital; 5) Será instalada, em prédio adquirido do IBEU, uma Unidade de Atenção Integral à Saúde; 6) Celebrou acordo com a Unifor para a integração empresa/universidade; 7) Implantou o sistema de transporte entre as unidades do sistema Unimed.

RECUPERAÇÃO

Recupera-se rapidamente o engenheiro e empresário Fernando Ximenes, dono da Gram Eollic, empresa cearense especializada em de energia. 

Na sexta-feira passada, ele teve um infarto, sendo internado no Hospital do Coração, em Fortaleza, cujos cardiologistas, após um cateterismo, implantaram um “stent” em suas artérias coronárias, que voltaram a ter circulação sanguínea normalizada. 

Hoje, Ximenes deverá ter alta. Amanhã, já viajará para S. Paulo, a serviço. 

Ele disse à coluna: “Quando me levavam na maca para a cirurgia, perguntei a Deus: vou me encontrar com você hoje?”  

Esse encontro foi adiado, pois subordinado, unicamente, à vontade divina.

PRATAGIL

Nesta segunda-feira, às 11 horas, será celebrada Missa de 7º Dia pelo falecimento, por Covid-19, do engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, João Pratagil, falecido exatamente há uma semana. 

Será pelo Instagram #freiricardoregis.oficial

A propósito, eis aqui o depoimento do empresário Carlos Prado, vice-presidente da Fiec e fundador da Itaueira Agropecuária e da Cemag, sobre João Pratagil: 

“O amigo Pratagil faz parte da história da Itaueira. O início da fruticultura na Itaueira, com o caju anão, contou com o Pratagil, com quem, em 1990/1991 negociei um contrato de cooperação técnica por 10 anos, entre a Itaueira e o Centro Nacional de Pesquisa do Caju - Embrapa, para a introdução do caju anão precoce nas chapadas semi-áridas do Centro-Sul do Piauí. Foi o início da comercialização do caju anão resfriado no Sudeste do Brasil, em 1994. Nosso companheiro, precursor do Grupo do Agronegócio, foi um dos coordenadores da Confruti - Conferência da Fruticultura do Ceará, realizada em 2006, que deu rumos à fruticultura cearense. Ao Grande João Pratagil Pereira de Araujo, as nossas homenagens e a nossa saudade. Com certeza, Deus o receberá muito bem.”

INFLAÇÃO

Quem investe na construção de parques eólicos está preocupado com o aumento dos preços.

De um dia para o outro, subiu o preço de um modelo de conector (que é comprado por milheiro), cuja unidade saltou de R$ 7 para R$ 9,76; uma peça de 100 metros de um modelo específico de cabo elétrico saiu de R$ 11,14 para R$ 15,32. 

O preço de quadros elétricos, disjuntores e chaves eletrônicas aumentou 10%.

MAIS INFLAÇÃO

Na construção civil – a do Ceará no meio – a inflação assusta. 

Em janeiro de 2020, um saco de cimento custava R$ 19; hoje, custa R$ 24,81; o milheiro de tijolo de oito furos saltou de R$ 340 para R$ 600; o tubo PVC Sold 110x6M pulou de R$ 169,27 para R$ 276,34.

Tem mais: a saca de 25 quilos de argamassa de múltiplo uso foi de R$ 5,76 para R$ 8,23; e o Vergalhão CA 60.5 a 6mm, que custava R$ 4,08 em janeiro de 2020, custa agora 9,74, uma variação de 178,7%.

ENCHENTE

Caíram chuvas torrenciais sobre o Cariri nos últimos dias.

Resultado, o rio Salgado está descendo com nova enchente, o que ajuda a aumentar e a dar velocidade à vazão das águas do Rio São Francisco, que já estão recarregando (ainda lentamente) o açude Castanhão. 

Mas, por enquanto, a previsão da Funceme segue sendo confirmada, ou seja, a estação de chuvas deste ano tem 50% de chance de ser mesmo abaixo da média histórica.

Na próxima sexta-feira, 19, Dia de São José, poderemos ter o início de uma quadra que desminta esse prognóstico da Funceme. Tenhamos esperança.

NA CHINA

Olho na China! O IBGE de lá – Gabinete Nacional de Estatpisticas – revelou nesta segunda-feira que a produção industrial cresceu 35% nos dois primeiros meses deste ano.

Mas esse crescimento atípico é em comparação com o mesmo período do ano passado, quando houve uma queda de 13,5% no desempenho da indústria da China por causa da pandemia.

Essa boa notícia vinda da China impulsiona para cima o preço do petróleo, que tem, nesta segunda-feira, uma alta de 0,55% – o barril do Brent, negociado em Londres, está sendo vendido a US$ 69,72.

As bolsas europeias, porém, estão no neutro, olhando os juros dos títulos do Tesouro dos EUA, que já chegaram a 1,6% ao ano.