Algodão é a nova fronteira agrícola do Ceará
Boa notícia que chega da Chapada do Apodi: a produtividade do algodão plantado lá é igual à que se apura no Oeste da Bahia. E mais: 1) Azul compra 220 jatos; 2) UFC engajada no projeto do atum; 3) De olho no 7 de Setembro; 4) Energia solar bate recorde
Fazer do Ceará, de novo, um grande produtor de algodão. Este é o plano do Governo do Estado que, por meio da Secretaria Executiva do Agronegócio da Sedet (Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho) implementa, em parceria com a Embrapa, pequenos produtores e empresários da indústria têxtil, um projeto de recuperação da cotonicultura cearense.
Nos anos 60 e 70, o Ceará era um dos três maiores produtores e exportadores de algodão do país, mas a praga do bicudo, um inseto que ainda hoje é encontrado nos sertões nordestinos, dizimou os algodoais daqui.
Graças à moderna biotecnologia da Embrapa, que criou e desenvolveu sementes resistentes ao bicudo e adequadas ao solo dos cerrados, a conoticultura brasileira trocou o Nordeste pelo Centro Oeste, de onde migrou, com mais tecnologia ainda, para o Oeste da Bahia, onde cresce com altos índices de produtividade.
A boa notícia que chega do algodão cultivado na Chapada do Apodi – e agora em plena colheita – é mais do que animadora: ela dá conta de que sua produtividade é praticamente a mesma que se apura no solo baiano.
É mais uma fronteira agrícola que se abre para o Ceará e com todas as chances de êxito, pois desta vez a iniciativa privada, apoiada pela Embrapa, está à frente dos investimentos, que se ampliam porque os testes de produção e produtividade, realizados nos últimos três anos, deram resultado para além de promissores.
Neste ano, foram plantados no Apodi 2 mil hectares; na safra de 2022, essa área passará dos 5 mil hectares, segundo disse à coluna uma fonte que acompanha todo o projeto. A meta, como ontem foi revelado, é, no prazo de 5 anos, cultivar algodão em 30 mil hectares.
O secretário executivo do Agronegócio, Sílvio Carlos Ribeiro, e seu hierarca da Sedet, Maia Júnior, não escondem seu entusiasmo com o futuro próximo da cotonicultura cearense.
“Voltaremos ao protagonismo no algodão”, diz Maia Júnior.
UFC ENGAJADA NO PROJETO DO ATUM
Informa o reitor da Universidade Federal do Ceará, Cândido Albuquerque: a UFC está integrada ao Projeto de Rastreabilidade da Cadeia de Produção do Atum – da captura ao beneficiamento – por meio da automação e da Inteligência Artificial.
São parceiros do projeto a Fiec, a UFC, a Uece e o Sindicato da Indústria de Frios.
O projeto, classificado em primeiro lugar pelo “Programa Digital BR”, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que o financiará, permitirá a concentração das informações relativas às atividades industriais de pesca extrativa no Ceará e posterior acompanhamento e monitoramento por parte de entes privados e públicos intervenientes.
Segundo o reitor Cândido Albuquerque, a UFC está interessada na investigação da biologia das várias espécies de atum, a fim de orientar cientificamente sua exploração comercial, de modo a permitir produção pesqueira máxima, com o menor esforço possível, e sem prejuízo da taxa de renovação dos estoques.
Hoje, a indústria pesqueira do Ceará necessita de maturidade digital, com automação e inteligência artificial, e o Projeto Rastum chega para reforçar o esforço nesse sentido.
Vale lembrar que o Ceará é hoje o maior exportador brasileiro de atum, já possuindo uma fábrica de beneficiamento em São Gonçalo do Amarante, implantada pela empresa espanhola Robinson Crusoé.
AS CONSEQUÊNCIAS DOS PROTESTOS
No Ceará, há muitos “traders” – pessoas físicas que realizam transações de compra e venda de ações na Bolsa de Valores, para o que receberam treinamento, e operam em casa diante de um grande monitor ligado ao computador, fazendo negócios no mercado bursátil.
Esta coluna conversou ontem com um desses “traders” e ouviu dele uma informação que deve ser a tendência que, neste momento de incerteza, está a mover esses jogadores do mercado financeiro:
“Na próxima sexta-feira, dia 3 de setembro, vou tomar providências para proteger-me contra as consequências dos atos políticos marcados para o dia 7, a favor e contra Bolsonaro. Não sei o que acontecerá, mas o dia seguinte, ou seja, o dia 8, dependendo do que se desenhar no dia 7, o mercado poderá ser abalado. Então, o melhor será prevenir do que remediar”.
E o que você pretende fazer? – quis saber a coluna.
E a resposta do “trader” foi esta:
“Vou trocar algumas ‘blues chips’ (ações mais valiosas) por títulos com correção cambial. Quando – e se – tudo voltar ao normal, retomaremos a rotina”.
ECONOMIA: HÁ INCERTEZAS À FRENTE
Esta coluna chama atenção para o comentário a seguir, de autoria dos economistas Carlos Kawall, Gustavo Ribeiro, Débora Nogueira e Leonardo Costa, da ASA Investments, encaminhado aos seus clientes:
“A incerteza fiscal e o rumo da agenda de reformas propostas pelo governo têm contribuído para a piora dos mercados, apertando as condições financeiras. As repetidas investidas contra a Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos, elevando os juros futuros e o dólar e derrubando a Bolsa, conspiram a favor de uma atividade menor, sobretudo em 2022.
“Nossa expectativa de crescimento de 2% para 2022 pode, nesse contexto, ser revista para o intervalo de 1.0% a 1.5%.
“Seria importante, neste momento, um sinal de inconteste do governo de compromisso com a disciplina fiscal, abandonando a Reforma do Imposto de Renda, desistindo de parcelar os precatórios e contendo a expansão do programa Bolsa Família dentro do teto de gastos”.
DÉFICIT HABITACIONAL É O MESMO
Ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), o engenheiro e empresário André Montenegro informa: o déficit habitacional do Ceará segue sem modificação.
“É o mesmo de há cinco anos. Hoje, faltam 400 mil moradias para zerar o nosso déficit. É um número que não muda, por mais que construamos novas residências populares, e as temos construído”, diz Montenegro.
ELEIÇÃO NO CEARÁ: UMA OPINIÃO
De uma raposa da política cearense, hoje septuagenária, vendo de longe o panorama pré-eleitoral no Ceará, mais precisamente acerca da sucessão do governador Camilo Santana:
“Escreva aí: debaixo dessa ponte eleitoral de 2022, vai passar muita água, ainda. É possível que venha a passar água de uma inesperada enchente”.
E mais não disse, apesar de excessivamente perguntado.
SOL BRILHA E GERA ENERGIA NO NORDESTE
Estão intensos os raios solares na região Nordeste.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou quinta-feira, 26, novo recorde de geração solar instantânea.
O pico verificado foi de 2.336 MW, montante suficiente para atender a 20,5% da demanda da região naquele momento.
O porcentual indica um crescimento de 5,6% em comparação ao último recorde, registrado há mais de um mês, em 19 de julho, quando alcançou 2.211 MW de geração instantânea às 12h14.
A energia solar representa 2% da matriz elétrica brasileira, com expectativa de chegar a 2,7% até o fim deste ano.
ZENIR MOVIMENTA O CENTRO-SUL
Alô, Centro-Sul cearense!
De segunda-feira, 30, a sábado, 4 de setembro, nas cidades de Acopiara, Cedro, Icó, Iguatu, Limoeiro do Norte, Mombaça, Morada Nova, Pedra Branca, Quixadá, Quixelô, Quixeramobim, Senador Pompeu, Tabuleiro do Norte e Várzea Alegre, a rede de lojas Zenir promoverá uma versão interiorano do “Fortaleza Liquida”.
Será um feirão exclusivo da Zenir, com grandes ofertas de móveis e eletrodomésticos.
A Zenir é uma empresa genuinamente cearense, nascida em Iguatu e já espalhada pelo Ceará e por cidades de outros estados nordestinos.
AZUL COMPRA 220 JATOS
Novidade! A Azul Linhas Aéreas anunciou ontem que comprará, por 1 bilhão de euros na compra de 220 jatos elétricos que decolam e aterrissam na vertical.
A fornecedora dos jatos será a startup alemã Lilium.
A Azul quer dispor, até 2025, de uma frota desse tipo de aeronave para cobrir toda a geografia brasileira.
As aeronaves da Lilium estão perto de ser lançadas e já conseguiram alcançar a velocidade de 282 quilômetros/hora.
Sua capacidade original, de 5 lugares, estásendo ampliada para 7 lugares a pedido da Azul.