Ações da Petrobras caem de novo. Causa: especulação sobre saída de Jean Paul

E na Argentina o novo presidente Javier Limei anuncia que fará um ajuste fiscal do tamanho de 15% do PIB. RE que paralisará ou transferirá para a iniciativa privada todas as obras públicas. Motivo: "Não há dinheiro!"

Legenda: Ministro de Minas e Energia pressiona o presidente da Petrobras a baixar preço dos combustíveis. Mercado não gosta e ações da empresa caem de novo
Foto: Divulgação

E a Bolsa de Valores brasileira B3 voltou a cair. No pregão de ontem, essa queda foi de 0,26%, fechando aos 125.626 pontos. O dólar, por sua vez, encerrou o dia com alta de quase 1% -- 0,96% -- cotado a R$ 4,89.

Uma das razões da queda da Bolsa no pregão de ontem foi a notícia de que o governo quer substituir o comando da Petrobras, substituindo o seu presidente Jean Pauil Prates e alguns diretores. 

De acordo com as notícias que circulam em Brasília, o ministério de Minas e Energia e o da Casa Civil, que faz a articulação política do governo, não estão satisfeitos com a política de preços da Petrobras. 

Ontem, o presidente Lula reuniu-se com o presidente da Petrobras e com seus ministros da Casa Civil, Rui Costa; das Minas e Energia, Alexandre Silveira; e da Fazenda, Fernando Haddad. Ao final da reunião, Jean Paul Prates e Fernando Haddad disseram que o encontro tratou do Plano Estratégico da Petrobras, que deverá ser aprovado amanhã pelo Conselho de Administração da empresa.

Ontem, a FUP – Federação única dos Petroleiros, que reúne os trabalhadores da Petrobras, divulgou nota condenando o que chama de pressão de grupos políticos para a troca do comando da Petrobras. De acordo com a FUP, novamente há pressão de partidos políticos sobre a Petrobras, buscando alcançar posições na diretoria da empresa.

Não faz muito tempo, a presença de apadrinhados de políticos na diretoria da Petrobras causou um escândalo de corrupção que quase leva a estatal à falência. 

Nos últimos dias, o ministro de Minas e Energia, verbalizando a opinião do Palácio do Planalto, tem feito críticas à política de preços da Petrobras. Na opinião do ministro Alexandre Silveira, os preços da gasolina e do óleo diesel poderiam estar custando menos, porque, segundo ele, os preços internacionais do petróleo caíram, e por isto mesmo deveriam cair aqui também os preços dos combustíveis.

Por causa desse imbróglio, as ações da Petrobras registraram queda no pregão de ontem da Bolsa. As ações ordinárias, com direito a voto, caíram 0,93%, enquanto as preferenciais tiveram queda de 0,65%.

Mas ontem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, transmitiu uma boa notícia, divulgada pela agência Reuters. Segundo ele, que falou em evento promovido pela empresa Arko Advice, a inflação brasileira está caminhando para a meta, podendo isso acontecer ainda neste 2023 ou em 2024.

Campos Neto disse, porém, que os estados estão promovendo aumento das alíquotas do ICMS, e isto poderá ter impacto de 0,1% a 0,2% no IPCA. Ontem, por exemplo, os secretários da Fazenda do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul anunciaram que elevarão as alíquotas do ICMS como medida preventiva contra o que poderá sair da Reforma Tributária em tramitação na Câmara dos Deputados.

O presidente do Banco Central voltou a dizer que o grande desafio é a questão fiscal, ou seja, os gastos do governo, que não baixam. Pelo contrário, só crescem.

Para terminar: o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse ontem, após encontrar-se com o presidente Alberto Fernandez, que o orçamento de 2024 terá zero de déficit, e que para isto fará um ajuste equivalente a 15% do PIB do país, que é da ordem de US$ 600 bilhões. 

Milei afirmou que os próximos seis meses serão muito duros e que, se não adotar essas providências, haverá uma hiperinflação. E anunciou que serão paralisadas ou transferidas para a iniciativa privada todas as obras públicas em curso. E explicou o motivo: “No hay plata” (não há dinheiro). 

Simples assim.

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