Galáxias, estrelas e constelações: agosto é um dos melhores meses para observações astronômicas

Os melhores lugares para observação astronômicas são as cidades do interior onde o céu é mais limpo

Legenda: Aqui no hemisfério Sul estamos olhando para o centro da nossa galáxia
Foto: Pexels

Este mês de agosto é um dos melhores para observações astronômicas, com uso de telescópio ou apenas a olho nu. Estamos no meio do inverno (não confundir com quadra chuvosa), quando não há a formação de nuvens ideal para observar o céu e fazer um curso introdutório de astronomia. Recomendo evitar cidades litorâneas, a praia apesar de ser linda, não é um bom lugar para astronomia, pois, devido à brisa marítima, as chances de céu nublado são maiores.

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O vento também atrapalha muito se você usar um telescópio refletor, já que pode levar areia para dentro do instrumento. Os melhores lugares para observação astronômicas são as cidades do interior onde o céu é mais limpo.

Eu estive no município de Apuirés, no vale do Curu, e o céu estava espetacular. Aproveitei um encontro familiar para fazer um tour pelas estrelas com eles. Comecei pela famosa constelação do Cruzeiro o Sul cuja a projeção indica o polo Sul. A alpha da constelação ao "pé" da cruz é um sistema binário revelado apenas com uso de um telescópio a partir de 150 mm de diâmetro de abertura.

Do lado esquerdo da estrela Mimosa há um aglomerado estelar com uma estrela vermelha como um rubi, por isso, chamado de aglomerado "Caixinhas de Joias". Logo acima, na constelação do centauro, encontramos um aglomerado globular (são milhões de estrelas parecendo uma manchinha branca no telescópio).

Eventos astronômicos podem ser vistos em agosto
Legenda: Via Láctea sobre o Santuário da Rainha do Sertão em Quixadá
Foto: Heliomarzio Moreira/Grupo de Astronomia da Seara da Ciência (GAS)

À esquerda passando pela constelação do Lobo chegamos a constelação do Escorpião, onde encontramos dois aglomerados abertos (dezenas a centenas de estrelas novinhas). São eles os aglomerados de Ptolomeu (grande astrônomo da antiguidade que publicou o Almagesto) e o aglomerado da Borboleta.

Mais à esquerda, vemos a constelação do Sagitário, por onde passa uma enorme nuvem que uma pessoa comum pode confundir com uma nuvem atmosférica mas na verdade é a nossa galáxia, a Via Lactea.

Aqui no hemisfério Sul estamos olhando para o centro da nossa galáxia, onde se encontra um buraco negro supermassivo chamado Sagittarius A*. Não conseguimos vê-lo com um telescópio pessoal, mas, sabemos que está lá, pois foi registrado pelo Telescópio do Horizonte de Eventos (uma união de vários telescópios espalhados pelo mundo).

Eu termino esse texto contemplando a constelação da Águia, para onde enviamos o objeto mais distante já construído pelo ser humano, uma das sondas Voyager que já deixou o sistema solar e leva parte da nossa cultura com ela.