Asteroide cai na Alemanha e outro muito maior se aproxima da Terra

Pesquisadores do Museu de história natural de Berlim (Museum für Naturkunde Berlin) encontraram meteorito que possivelmente sobrou do Asteroide 2024 BX1.

Legenda: Um asteroide registrado pela sonda NEAR Shoemaker
Foto: NASA

Os asteroides ficaram famosos após os filmes Armagedom e Impacto profundo. Tratam-se de objetos formados de rocha e gelo e, segundo a União Internacional de Astronomia, maiores do que 1 metro. No dia 20 de janeiro de 2024, o astrônomo húngaro Krisztián Sárneczky detectou um asteroide no limite da definição, ou seja, de 1 m. Krisztián é conhecido por contribuir para a descoberta de mais 319 asteroides e 5 supernovas. 

Ao calcular o destino da sua recém-descoberta, uma surpresa, o objeto denominado 2024 BX1 estava em rota de colisão com a Terra. O pesquisador alertou a comunidade astronômica e o impacto calculado com 100% de chance foi previsto para acontecer 3 horas após a sua observação, o que de fato aconteceu, por volta de 1h30min (no horário de Berlim) do dia 21.

O objeto entrou na atmosfera a cerca de 50 km da capital alemã, Berlim e gerou uma chuva de meteoritos após sua explosão. Não confundir com chuva de meteoros, pois chuvas de meteoritos são os meteoritos caindo em quantidade simultaneamente após a explosão de um asteroide. Pesquisadores do Museu de história natural de Berlim (Museum für Naturkunde Berlin) encontraram meteoritos possivelmente relacionados ao evento.

Pesquisadores de Berlim com meteorito
Legenda: Pesquisadores do Museu de história natural de Berlim (Museum für Naturkunde Berlin) encontraram meteorito que possivelmente sobrou do Asteroide 2024 BX1.
Foto: Sonda GAIA/ESA

Parece pouco, mas encontrar um meteorito destes de aproximadamente 2 cm é uma sorte grande. Quando o asteroide entra com muita velocidade na atmosfera ele se desintegra completamente, como aconteceu com o evento de Baturité-CE do dia 10 de outubro de 2020, o qual fui investigar, ao qual os cálculos mostravam uma velocidade de 100 mil km/h. O objeto do Ceará se desintegrou, conforme os cálculos e de acordo com os relatos de testemunhas. 

Para nossa sorte, um asteroide de 1 m não causa grandes danos, mas isso nos mostra o quanto estamos vulneráveis. O que poderíamos fazer se asteroide vier em nossa direção? As técnicas para desvio desses objetos continuam “engatinhando”. A sonda DART, a primeira e única até o momento, foi testada em setembro de 2022. Uma missão que levou pelo menos uma década de planejamento. O máximo que poderíamos fazer em casos como o de Berlim, que teve apenas 3 horas para o impacto, seria emitir um alerta. Para nossa sorte era apenas um asteroide de 1m. 

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Outro asteroide está se aproximando, denominado 2024 BJ. Ele é bem maior, tem entre 17 e 40 metros. Um asteroide como este já pode causar danos a civilização como ocorreu com o asteroide de Tcheliabinsk de 2013, que tinha 20 m e causou uma onda de choque, quebrando vidraças de residências e disparando alarmes de automóveis. Contudo, este objeto não deve colidir com nosso planeta. Mas passará mais perto do que a Lua no momento que finalizo este texto no sábado (27). 

Para concluir, enfatizo que o investimento em astrônomos precisa ser incentivado. Os astrônomos são os vigilantes do céu. Em nossas universidades do Ceará, não tem nenhum astrônomo e os observatórios são precários.