O esporte não está à parte quando se trata de uma guerra

O desespero do atleta que vai em busca de um sonho e entra numa disputa pela sobrevivência

Os danos são irreparáveis nas consequências de uma guerra, talvez seja impossível mensurar a dor principalmente daqueles que menos têm relação com o conflito. Aflição, essa é a palavra que se encaixa naqueles que estão desesperados, entre milhares nesse meio, podemos citar atletas que além de superar barreiras em busca de um sonho estão imersos em uma disputa acirrada: uma saída pela sobrevivência.

O cearense Marcos Maju dedicou anos para ter uma carreira sólida nos octógonos e teve a oportunidade de participar de evento de MMA na Rússia. Ainda no aeroporto de Moscou, o atleta na dúvida se vai conseguir voltar ao Brasil ou se consegue refugiar em outro país. A dúvida, o medo, a insegurança situações que ganham força onde, na verdade, a preocupação deveria ser apenas na conquista de um cinturão.

O lutador ainda não recebeu nenhum tipo de alerta, mas fica atento.

Já atletas que estão na Ucrânia, no foco da guerra, pedem socorro da forma que for, é o desespero de quem precisa ser visto, lembrado. Brasileiros que atuam no Dínamo de Kiev e do Shakhtar Donetsk gravaram um vídeo pedindo ajuda às autoridades brasileiras para deixarem a Ucrânia. As imagens que pedem socorro, volto a mencionar talvez seja difícil descrever o desespero de cada pedido para sair da Ucrânia. No vídeo foi possível identificar, o zagueiro Marlon, ex-Fluminense, o meia Pedrinho, ex-Corinthians, o atacante David Neres, ex-São Paulo, e o lateral Dodô, ex-Coritiba.

Se eles e outros estivessem pelo menos a esperança de um fim para este momento, mas não. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou que "não podia agir diferente" e que está preparado para sanções. E a situação poderia piorar se caso alguém interferir.

Só que a situação já está piorando, além do medo as perdas ao menos 67 pessoas, entre civis e militares, já morreram após o avanço das tropas russas na Ucrânia, as consequências seguem danosas e o esporte não está aquém disso, instituições esportivas decidem alterar alguns eventos que irão acontecer nesse semestre. A Uefa por exemplo, decidiu retirar o local da sede da final da Champions League 2021-2022. A princípio ocorreria no dia 28 de maio, em São Petersburgo, na Rússia, na Gazprom Arena. Ainda não tem um novo local definido.

Sem falar que estamos em ano de Copa do Mundo onde pode ter consequências também.

Até ponto vale decretar uma guerra? Questões políticas, territoriais, civis, econômicas?

As consequências já sabemos, vidas perdidas e muito desespero para quem consegue sobreviver. Vale lembrar que ainda estamos vivendo uma pandemia, onde milhares de famílias foram dilaceradas, os poderosos talvez não estejam se importando como os fracos sucumbem.

 



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