Elas no Esporte: Meninas driblam as dificuldades em times mistos

Isabelly Araújo, Alana Lima, Giovana Waksman entre outras em busca de espaço no futebol

Legenda: Alana Lima é um dos destaques.
Foto: Divulgação

O desejo em se tornar uma atleta de futebol é um sentimento comum nos dias de hoje, apesar das limitações. Em Caririaçu, município da região do Cariri, a Isabelly Araújo, encontrou no futebol uma oportunidade para realizar o sonho de ser atleta profissional. 

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Na cidade não tinha um time feminino, situação que poderia ser empecilho para a jovem de 12 anos, mas esse detalhe não foi problema. Isabelly encontrou espaço em um grupo de meninos, a princípio decisão que preocupou os pais, depois aceitaram. 

“Eu prefiro treinar com os homens, eu mostro a eles que posso ser melhor em tudo”, relatou Isabelly. 
Precisar “mostrar” que são boas para garantir espaço entre eles dentro das quatro linhas, sentimento também compartilhado pela Alana Lima, atleta que mora em Sobral que teve que escutar alguns “desaforos”, quando fazia dribles e gols.

Alana mostrou do que era capaz, garantiu títulos em sua categoria e impulsionou para que a cidade tivesse um olhar especial ao futebol feminino, hoje Sobral possui o primeiro time de base na categoria. 

A falta de investimento, visibilidade e estrutura são alguns dos pontos que infelizmente prevalecem quando se trata de mulheres que pretendem seguir a carreira no futebol, mas o aspecto cultural é ainda o fator principal para a demora no reconhecimento.

O machismo é presente nos comentários, nas atitudes e nos casos mais extremos em agressões, o que foi vivenciado com a Giovana Waksman, meia atacante de 13 anos, uma das principais promessas do futebol feminino brasileiro, em junho deste ano, em disputa em um torneio misto do Campeonato Metropolitano SUB-13, ela sofreu uma físsura na clavícula em uma falta cometida por um jogador que não foi punido nem com um cartão.

''Gritam mandando me matar, dizendo para não deixar eu jogar, que futebol é para homem. E coisas muito piores também. A maioria (dos gritos) vem de mulheres, as mães dos meninos. Um absurdo'', disse Giovanna em entrevista ao GE.

É o aspecto cultural que ainda chama atenção, o machismo talvez tenhamos que conviver com ele por um bom tempo, mas nada que atrapalhe a determinação em continuar.



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