Mais uma vez, o mundo está em alerta devido à alta de casos de Covid-19 na Europa e à descoberta de uma nova variante do coronavírus, a ômicron, detectada na África do Sul. Em tempo de imprevisibilidade, tensão e medo como este no qual vivemos, ter à frente da nação uma liderança séria, sóbria, equilibrada e preparada é fundamental.
Os alemães, por exemplo, tiveram a sorte de atravessar as primeiras ondas da pandemia sob a liderança de Angela Merkel, enquanto nós, brasileiros, tivemos o infortúnio de atravessá-las sob a desorientação de Jair Bolsonaro; e corremos o risco de termos por presidente, nas próximas crises, alguém sem noção e autoritário o suficiente para equiparar essa grande estadista alemã ao ditador da Nicarágua.
Enquanto pessoas públicas de boa fé e bom senso ponderam o difícil equilíbrio entre as necessárias medidas de restrição para a contenção da pandemia e o necessário respeito às liberdades individuais, Lula, pré-candidato do PT, dá-se ao descaramento de defender o seu amigo ditador, Daniel Ortega, e justificar a repressão a opositores promovida por sua ditadura predileta, a de Cuba.
A pandemia traz consigo um conjunto de problemas complexos e dilemas éticos delicados que precisam ser debatidos com urgência por todos os que têm apreço pela liberdade, pela democracia e pelo bem comum. O fato de loucos e aspirantes a déspotas como Bolsonaro e Lula atrapalharem esse debate e serem ainda os mais bem colocados no pleito presidencial neste momento tão conturbado mostra o peso da responsabilidade daqueles que compõem a chamada terceira via.
A convergência, nessa via, em torno não apenas de um nome, mas de um bom projeto para o país é imprescindível. O momento é grave e requer dos potenciais candidatos e dirigentes partidários sensibilidade e desprendimento para, no momento oportuno, abrirem mão do protagonismo a fim de apoiar a candidatura mais viável fora dos extremos populistas que ora lideram as pesquisas.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.