A inflação acarreta uma série de efeitos econômicos, como a perda do poder de compra das famílias e a redução das margens de lucros dos empresários. Efeitos negativos também são sentidos na seara financeira, em razão do processo inflacionário repercutir na rentabilidade dos investimentos.
Em divulgação recente, o IPCA, índice referência da inflação, apresentou a décima elevação consecutiva, no acumulado dos últimos 12 meses. Nessa base de comparação, em maio de 2020, o IPCA estava em 1,88%, enquanto que, no último mês de março, alcançou 6,10%. As commodities em alta, dólar com forte volatilidade, riscos políticos e incertezas da recuperação econômica, devem fazer a inflação permanecer em alta.
Nessa “jornada inflacionária”, em que a perda real do valor da moeda é um cenário provável, os seus investimentos são afetados. Apesar do montante dos investimentos apresentar crescimento, pode ser uma ilusão, em razão da inflação.
Em simulação realizada por este economista, de modo a verificar o real valor do seu investimento, se você aplicou R$ 100,00 em maio de 2020 na caderneta de poupança, hoje você tem R$ 95,35, em termos reais. Em outra alternativa, como CDB, com rentabilidade de 100% do CDI, tem o montante, em termos reais, de R$ 95,78. E agora, o que fazer?
A especialista de investimentos Louise Lima, sócia da VLG Investimentos, em conversa com este colunista, relata que o aplicador precisa ser ágil para revisar sua carteira de investimentos e fazer os ajustes adequados. Para os recursos que não serão utilizados no curto prazo, o investidor pode adquirir o Tesouro IPCA+, que remunera uma taxa pré-fixada mais a inflação do período. Ou seja, desde a aplicação inicial, já sabemos que estamos protegidos da inflação, bem como a rentabilidade real do valor investido.
Além do Tesouro IPCA+, existem outros produtos de investimentos que têm a mesma estratégia, de correção do IPCA e mais uma taxa de juros, como CDB’s, debêntures e alguns fundos de investimentos.
Para investidores dispostos a riscos, a especialista também sugere, com a ajuda de profissional especializado, a busca por ativos que possuam correlação com câmbio, além de ações de empresas brasileiras e estrangeiras, pois, no longo prazo, o potencial de retorno pode ser interessante, sobretudo por meio de uma carteira bem diversificada.
Por fim, caro leitor, esteja atento as mudanças da “direção do vento”, pois o ajuste de rota, em diversas vezes, é necessário, para assim ter uma jornada em mares menos revoltos, atravessar mais rápido as tempestades e, claro, alcançar o destino do sucesso financeiro de forma mais tranquila.
Grande abraço e até a próxima semana.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.