Uma derrota na estreia da Série A do Campeonato Brasileiro estava longe dos planos do Ceará. Contra um Sport que brigou contra o rebaixamento no Pernambuco, o campeão do Nordeste demorou a entrar em campo, e a reação chegou tarde: perdeu por 3 a 2, sábado (8), na Ilha do Retiro.
É preciso destacar, de fato, que o Rubro-Negro foi melhor no primeiro tempo. E o Vovô estava desconexo, quase anestesiado. Diferente da organização intransponível dos últimos jogos, abusou de falhas no sistema defensivo.
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No contexto tático, o time alvinegro escalado teve as fragilidades bem exploradas. Dois pontos são principais: a dificuldade de recomposição de Mateus Gonçalves e a baixa armação de Rafael Sobis.
O primeiro deixou Bruno Pacheco exposto na lateral esquerda, justamente o setor melhor explorado pelo Leão: o centroavante Elton aproveitou um cruzamento deste lado para abrir o placar. Já a outra peça escolhida por Guto Ferreira não conseguiu acelerar a transição.
Assim, a equipe de Porangabuçu perdeu o controle, apesar da posse. Com a leitura lenta dos ocorridos e da intensidade adversária, ainda assistiu a árbitra Edina Alves (SP) assinalar um pênalti polêmico, com auxílio do árbitro de vídeo (VAR), ser convertido por Elton, de novo.
Sim, a história deste clássico precisa ser contada através do erro. Pois ambos apresentaram vibração e velocidade - o confronto foi intenso. Mas o Ceará atuou contra si e a chave foi o terceiro gol rival: após Cléber diminuir o placar, com marcadores espaçados Jonatan Gómez ficou livre para ampliar após novo cruzamento.
Excesso e desorganização
Diante do resultado expressivo e adverso no início, é louvável a tentativa de reverter o apanhado final. Não faltou coragem a Guto na busca pelo resultado e isso foi demonstrado quando Lima e Jacaré entraram durante o intervalo.
Além da dupla, Bergson e Rick também tiveram a missão do empate. Todos com excesso de vontade, diga-se de passagem, e baixa leitura coletiva. Muito pulmão, pouca organização.
É válido perceber o arsenal, no entanto, resultado precisa de estratégia. Na Série A, errar nunca foi perdoado. Resta recuperação frente aos confrontos do futuro: Grêmio (12/8) e Atlético/MG (16/8) e Vasco (20/8).
Tudo reforçando o trabalho construído por Guto ao longo da temporada. Uma derrota na estreia do Brasileirão não torna o conjunto questionável, apesar de deixar lições ao que será escrito. O time tem plantel vasto e uma identidade tática em formação. Agora, precisa virar a chave da elite, a Copa do Nordeste já acabou.