As categorias da base são prioridade máxima no Ceará Sporting Club. Com investimento em estrutura, tecnologia e resultados em campo, o Vovô foi escolhido a melhor base do Nordeste por um site especializado e, de sobra, manteve todo o custeio das divisões de formação durante a pandemia do novo coronavírus: R$ 250 mil mensais.
A receita para lapidar talentos como o lateral esquerdo Felipe Jonatan e o atacante Arthur Cabral, que trouxeram ganhos desportivos e R$ 11,5 mi aos cofres alvinegros, está além do processo de captação de jovens. Na metodologia, o time trabalha para evoluir o atleta com assistência em todas as categorias e também formar um torcedor.
A concepção de um DNA faz parte do alicerce da base, de modo que haja identificação ao vestir a camisa alvinegra. Por isso também, o clube não busca reforços e sim uma evolução técnica e física do jogador que já está na equipe.
Para priorizar o desenvolvimento aplicado e específico, são trabalhadas seis categorias intercaladas (sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, sub-20 e sub-23) e base do futsal (sub-8 e sub-12). Cada departamento apresenta um núcleo de inteligência técnica e assistência nutricional, fisiológica e médica nos mesmos moldes do time profissional.
Torneios para disputar em 2020
As duas modalidades ainda são integradas pelo Futebol Total, uma metodologia similar a aplicada na base do Santos e que envolve treinos simultâneos de futebol e futsal para um mesmo atleta. Dentre as características da atividade, o clube trabalha a capacidade de reação em espaços curtos, explosão, visão e resistência.
"Nas categorias de base, nós buscamos três objetivos: o sucesso desportivo, a revelação de jovens valores e a formação do cidadão. No Ceará, o processo envolve começo, meio e fim", aponta Israel Portela, diretor de futebol amador do clube.
A metáfora de crescimento é o exemplo máximo do funcionamento da estrutura. Como em uma fábrica, a matéria-prima é coletada, trabalhada e entregue, cuja transformação e êxtase são a concepção de um novo atleta profissional.
Assim, o centro dos estágios tem sede na Cidade Vozão, em Itaitinga. Com cinco campos, incluindo um society, o equipamento recebe diariamente para treino 160 jovens. Tudo dentro de uma área total de 80.000m², sob cuidado do executivo do equipamento Sandro Queiroz, com sala de jogos, academia, auditório, sala ambulatorial de assistência médica, piscina, sala de fisioterapia, cozinha, refeitório, lavanderia e vestiários.
O espaço é integrado ao CT de Porangabuçu, de modo que os jovens com menos de 11 anos treinam na Capital. Com orçamento fluído de manutenção, a Cidade Vozão recebe melhorias e evolui no processo de integração interna. Para 2020, por exemplo, estavam previstas reformas e novos espaços de convivência no equipamento da base.
"O coordenador técnico de futebol do Ceará, Armando Desessards, acompanha o trabalho na Cidade Vozão e, no fim da tarde, se dirige ao profissional, em Porangabuçu. E há integração entre o analista de desempenho do profissional, como também fisiologistas, em um processo que vai seguir com o Guto Ferreira. A troca de informações é importante para abastecer o profissional com jovens inicialmente nos treinos e depois, com aval da comissão, no jogo", explica Israel.
A sistemática é o que permite o crescimento do setor. Na pré-temporada, o time trabalhou com oito jovens da base junto ao profissional. No atual elenco, após testes, foram mantidos o zagueiro Lacerda, o lateral esquerdo Kelvyn e o atacante Cristiano.
O cuidar da base é investimento a longo prazo e, mesmo assim, executado sem pressa no clube. Assim, o equilíbrio financeiro proporciona investimento continuo e com salários mantidos 100% mesmo durante o período de restrição orçamentária. É colher os frutos de um Ceará mais forte e que se tornar referência no Brasil com um trabalho executado a muitas mãos.
Títulos do Ceará em 2019